Ilustração Google
Num tempo em que a mentira virou moeda corrente e a desinformação circula em alta velocidade, fazer jornalismo honesto se tornou um ato de coragem. O Dia do Jornalista, celebrado em 7 de abril, nos convida a refletir sobre o papel da imprensa na sociedade. E é preciso dizer, com todas as letras: o jornalismo não precisa ser isento. Precisa ser honesto.
Houve um tempo em que o jornalismo era o bastião da verdade. A ponte entre o povo e as informações que os poderosos preferiam esconder. Porque uma população bem informada é uma população consciente. E povo consciente não se deixa manipular com facilidade.
Hoje, vivemos a era das fake news. O jornalismo verdadeiro se mistura com opiniões travestidas de notícia, espalhadas em blogs e sites que usam nomes de jornais para confundir o público. Para além das fake news declaradas, há também veículos e profissionais que trocaram o compromisso com a verdade por interesses financeiros. O jornalismo, que já foi chamado de quarto poder, virou uma extensão do poder do dinheiro — e, em muitos casos, a principal ferramenta para enganar, manobrar e manter o povo na ignorância. Em Camaçari, isso também acontece, e acontece com força.
Basta prestar atenção para perceber. Há sites e blogs que mudam de opinião a cada eleição, que defendem ora um, ora outro, conforme o vento — ou conforme o valor no extrato bancário. É o jornalismo que enriquece às custas de disfarçar corrupção e esconder a podridão da política mal feita. Está na cara. E quem tem olhos, e quiser, pode ver.
Felizmente, ainda há quem faça jornalismo de verdade. Em Camaçari, na Bahia e no Brasil, há profissionais que resistem, sem a utopia da 'imparcialidade'; que informam sem dourar a pílula; sem distorcer os fatos para agradar a um lado ou atacar o outro. Jornalistas que entendem que o papel da imprensa não é a neutralidade artificial, mas o compromisso com a verdade.
No Camaçari Fatos e Fotos (CFF), assumimos nossa posição política: somos um veículo 'de esquerda', cristão - sim, cristão e de esquerda que não odeia, que não deseja a morte de quem é de direita por que pensa diferente de nós -, e torcedor do prefeito Luiz Carlos Caetano como gestor, e nunca arredamos o pé disso somente por acreditar na intenção do trabalho que sempre fez; se isso mudar, também mudaremos. Mas isso não nos impede — nem nunca nos impediu — de fazer as críticas necessárias quando a prefeitura erra. Porque governo existe para cuidar de pessoas. Quando acerta, está apenas cumprindo sua obrigação. E é nosso dever informar. Sem exageros; sem maquiagens. E também sem omissão.
Jornalistas também são pessoas. E pessoas têm pontos de vista, crenças, histórias, senso crítico. Ninguém é isento. E não precisa ser. O que o jornalismo precisa — e deve — é ser honesto. A honestidade é a base de tudo. Fazer jornalismo com honestidade é proteger a verdade, mesmo quando ela machuca as nossas próprias convicções. É manter a população bem informada. É apontar os erros reais do poder público — e não inventar tragédias para gerar cliques/engajamento, ou alimentar rivalidades, e disseminar o ódio.
Neste 7 de abril, Dia do Jornalista, deixamos nosso abraço aos colegas que ainda acreditam na função pública do jornalismo. Que não se vendem. Que não se curvam. Que informam com coragem. Aos demais, desejamos apenas que se reencontrem com a proposta da função — porque quando o jornalismo se vende, quem paga a conta é sempre quem mais sofre as consequências da manipulação, o povo comum.
Feliz Dia do Jornalista - e que Deus nos cubra com as Suas misericórdias...
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