Foto: Jaqueline Cardoso
Ouça o que vem do alto! Para alimentar a alma, edificar o espírito e apresentar os propósitos divinos de um jeito acessível e acolhedor. O culto A Carne na Brasa realizou no último sábado (12), mais uma edição. E a celebração desta vez, teve um propósito especial. O culto celebrou os 10 anos de conversão e de atendimento ao chamado de Deus, do diretor do Camaçari Fatos e Fotos (CFF), Antonio Franco Nogueira, um dos idealizadores do encontro religioso e pregador da noite. O momento, que contou com distribuição gratuita do livro Crônica dum Carteiro de Deus, de autoria de Franco, marcou a reafirmação de um propósito de evangelização e fé, tendo o amor divino como esperança de realização de Sua promessa.
Com tiradas sobre o cotidiano, análise inconfundíveis de sonhos proféticos e interpretações bíblicas profundas que aproximam os ensinamentos cristãos dos que creem em Deus, a mensagem é passada. Louvores, orações e reflexões também completam a celebração que foge um pouco dos cultos e pregações tradicionais, e se transformou em um refúgio para quem crê em Deus, independente de rótulos denominacionais ou julgamentos. Dentre os ensinamentos, a importância de entender o sacrifício de Jesus Cristo, as dores e agonias de um Deus que se fez homem para reafirmar, sofrendo, a aliança divina que fez com a humanidade.
Através de palavras de incentivo para que todos estejam firmes, antenados e gratos na certeza do porvir, a pregação trouxe um registro de esperança com as palavras reveladoras, e para muitos dos presentes, surpreendentes, de Cantares 2:12, que dita da estação da volta do filho de Deus: “Aparecem as flores na terra, o ''tempo de cantar chega'', e a voz da rola ouve-se em nossa terra”, invocou o pregador. Esse é um chamamento para a importância de se manter a fé nas coisas que se espera, com a certeza de que a primavera de Jesus, virá. "Sim, Ele virá na primavera judaica; ninguém sabe o dia nem a hora, mas será na primavera, é isso que quer dizer Cantares 2:12; ninguém canta quando está triste, é uma metáfora", garante o pregador.
O pregador ainda acrescentou que "também por isso que, em Deuteronômio 16;1, Ele manda guardar o mês 'de abib' (nissã - março e abril), mês da saída do Egito - de noite, de noite que é outra dica que justifica Ele ter dito que 'virá como um ladrão', que é outra metáfora para 'Igreja dormindo', que é quando o ladrão ataca. E o que começa e acontece em Israel em Abril? A Páscoa e a primavera, logo, em Deuteronômio a panela e em Cantares a tampa; sim, foi na páscoa/primavera que Ele começou e será na páscoa/primavera que Ele vai terminar", disse, Franco.
Prestigiando a celebração, o Pastor Antonio, líder religioso da Igreja Batista Lírio dos Vales, no Phoc I, orou pelos presentes. Para o pastor, a palavra da noite chegou exatamente para quem precisava. “Está aqui exatamente pessoas que Deus queria que estivessem aqui, o mais importante está aqui, que é Jesus, o pai, o filho e o Espírito Santo está presente aqui. Isso é muito importante”, analisou. “É uma mensagem falando sobre a vinda de Jesus e isso é muito importante. Hoje as pessoas estão desacreditadas e estão perdendo a alegria. Ele trouxe uma mensagem de Cantares de Salomão, que o dia de cantar, vai chegar; a primavera, o dia de cantar vai chegar”, comemora.
O empresário em eletroeletrônica, Josué Almeida, que havia ido ali prestar um serviço, membro da Assembleia de Deus de Barra de Jacuipe, se mostrou impressionado com a revelação em Cantares: “É diferente, é diferente, pra gente é algo novo; eu já ouvi pregação sobre esse texto, mas não desse jeito; me marcou muito a forma como ele pregou a Palavra baseado em Cantares 2. Foi uma experiência muito marcante, que acendeu uma verdadeira lâmpada em minha mente; outra coisa foi a analogia da goiaba com bicho, sobre como reagimos ao ver nosso irmão ao nosso lado se alimentando com comida contaminada se sabemos onde há pão quentinho vindo do céu. Essa analogia me fez refletir profundamente, foi muito bom”, disse.
Fábio Lima, que congrega na igreja Batista Lírio dos Vales, estava entre os convidados do culto e também refletiu sobre a palavra apresentada na noite: “é uma mensagem que nos aproxima, e de uma certa forma também nos desperta sobre a vinda de Jesus. É uma mensagem que nos traz esse despertamento, e de uma certa forma também nos edifica para aquilo que Jesus nos trouxe com a sua morte, e aquilo que ele vai nos proporcionar com a sua vinda”, reflete.
A opinião também é compartilhada por Reinildo Alves, da Igreja Quadrangular, da Acajutiba. Ele explica que o tema o fez refletir sobre estar atento para os sinais da vinda de Jesus. “Ele falou a cerca da primavera, e a própria Bíblia vai nos ensinar isso, que a primavera está próxima e é o sinal que Jesus nos alerta para estar atentos a seu retorno. Muito bom poder aprender mais sobre a palavra de Deus essa noite, uma bênção”, refletiu. A comemoração do aniversário de conversão e o enaltecimento do nome de Jesus foram pontos observados por Gérson dos Santos, convidado da igreja Batista Lírio dos Vales. No seu entendimento, o cuidado que o cristão precisa ter com o outro, faz parte do propósito do reino e também está relacionado ao significado da morte na cruz.
Também presente desde o início do projeto, Stella Nogueira é uma “crente sem igreja”, que há 20 anos se converteu e vê nos cultos um ambiente acolhedor para exercer sua fé. “Sempre que eu posso, eu venho. O motivo é sempre Cristo, nada além disso, é sempre Jesus, ouvir algo novo do Senhor. Porque quando eu posso estar em um lugar que vai falar do Senhor, eu estarei”, revela. A reflexão sobre as dores e o sofrimento de Jesus para salvar a humanidade foi um dos pontos que chamaram a atenção dela. “Eu me sinto constrangida. É um amor que a gente não consegue entender. É a velha pergunta: que amor é esse? A gente não consegue entender”, define.
Mas, como surgiu a ideia de colocar a carne em brasa para disseminar dessa forma 'diferente' a verdade da palavra de Deus? Vânia Nunes, da Assembleia de Deus de Barra do Jacuipe, outra idealizadora do ACB, disse que “esse projeto começou na casa de Franco, em Camaçari, no Jardim Limoeiro, quando estávamos reunidos entre amigos, e falando de Jesus”, conta. Vânia explica, que durante a conversa, surgiu a ideia de fazer um churrasco de carne de sertão, reunindo os amigos e compartilhando ensinamentos. “Lembro que na primeira vez a gente se perguntava: que data fazer? E eu fui orar a Deus e Deus deu a data exata que ele queria, o dia exato e foi algo muito edificador para as pessoas”, recordou.
Entusiasta e anfitriã do culto, a empresária e esposa do pregador, Monica Pereira Franco, encontrou na celebração um espaço onde se sente em paz e mais próxima de Deus. “Esse culto A Carne na Brasa, nome que foi Deus que deu a Franco numa revelação, é um culto diferente, um culto que não é como estamos acostumados, porque eu vejo como um culto que não é como aquele ritual, a mesma coisa, de pregadores mais se exibindo do que pregando a mensagem, provocando mais emoção do que reflexão”, analisa. Monica explica, que o culto é uma ferramenta que “edifica muito nossa alma e traz muita reflexão”. “E esse foi mais um culto que você sente a presença de Deus; é um culto verdadeiro, de edificação da alma, de aprendizado. Você sai renovada, não é aquilo de sempre, que deixa o crente sempre na mesma e as vezes até irritado com tanta gritaria desnecessária. Eu amo esse culto”, declara.
Da sua cadeira de rodas, tendo como apoio uma pequena mesa, o celebrante do dia, que durante o culto disse que sua esposa o acordou o abraçando e o chamando de 'crente genuíno', deixa compromissos, trabalho e dores crônicas de uma lesão que o deixou tetraplégico, de lado, para celebrar sua alegria de servir a Deus, que nesse 11 de abril - e que para Franco não foi a toa que foi nessa data sua conversão, completou 10 anos. Escritor e pregador sem placa de igreja, há 10 anos reúne pessoas, falando sem púlpito - mas no mesmo patamar, de onde está morando, em Monte Gordo, sobre amor, desafios, tristezas e as glórias reservadas para aqueles que creem. No final, a carne de sertão assada, a 'carne na brasa', que serviu como um instrumento para um propósito maior, queimar a carne humana pelo fogo da Palavra.
Mesmo 'longe e dentro do mato', o público compareceu - a chuva Deus supendeu e quem não foi perdeu - Fotos Jaqueline Cardoso
AQUI, vídeo da abertura do Culto
Vânia Nunes, da Igreja Assembleia de Deus, em Barra do Jacuipe (Foto: Laís Trindade)
Stella Nogueira ao lado do filho Cleilton Nogueira (Foto: Laís Trindade)
Pastor Antonio, da Igreja Batista Lírio dos Vales, no bairro Phoc I (Foto: Laís Trindade)
Fábio Lima, da Igreja Batista Lírio dos Vales (Foto: Laís Trindade)
Reinildo Alves Silva, da Igreja Quadrangular, no bairro Acajutiba (Foto: Laís Trindade)
Gérson dos Santos, da Igreja Batista Lírio dos Vales (Foto: Laís Trindade)
Antonio Franco Nogueira ao lado do Pastor Antonio e dos irmãos Fábio Lima, Gérson dos Santos e Reinildo Alves Silva (Foto: Laís Trindade)
Mônica Pereira Franco (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Laís Trindade
Hora do rango, que 'a carne' também come - Foto: Beatriz Cardoso
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