11ª Sessão Ordinária do 1º Período Legislativo de 2025 (Foto: Ascom/Câmara de Camaçari)
Sem os atores principais dos embates na tribuna, os Assuntos Gerais da Câmara de Vereadores de Camaçari nesta quinta-feira (10), 11ª Sessão Ordinária do 1º Período Legislativo de 2025, giraram em torno dos 100 dias de gestão do prefeito Luiz Caetano e de cobranças feitas pelos vereadores de oposição, maioria na Casa.
O líder de governo,Tagner Cerqueira (PT), não participou, porque teve compromisso no executivo, e o líder da oposição, Dudu do Povo (União), justificou sua saída mais cedo devido a necessidade de acompanhar sua esposa grávida. Jamessom (PL), não participou da sessão e não divulgou a agenda do dia, estranhamente sumiu um dia antes do início da entrega das Cestas de Páscoa. Confira alguns destaques dos assuntos gerais:
Filosofia & conselhos de um ex-companheiro
O vereador Jackson Josué (União), iniciou sua participação filosofando, falando que “o erro de um dia, pode pagar por quatro anos”, em seguida, se direcionando ao seu ex-apoiador, conhecido como “Boquinha”, que rompeu para apoiar o prefeito Luiz Caetano, disse que “trocou seis por três”; não satisfeito, soltou mais uma pérola: “o dia do benefício é a véspera da ingratidão”. Tudo isso, antes de emitir suas opiniões sobre os cem dias de governo, que chamou de 100 dias de cobrança.
Sobrou também para o secretário de Educação, Márcio Neves, que contratou um especialista para ministrar palestra aos profissionais de educação do município sobre a condução de crianças e jovens dentro do aspecto autista. Jackson elogiou a iniciativa, mas questionou o pagamento de R$ 24.960,00 em menos de seis horas de palestra.
Mas, a crítica mais ácida, transmitida como conselho, foi para Tagner, vereador mais votado no último pleito, cotado como pré-candidato a deputado estadual. “Tome cuidado, eu também já fui vítima”, falou. Na sequência, citou sua candidatura a deputado estadual pelo partido, onde afirmou não ter recebido a mesma estrutura que outros candidatos de fora tiveram para disputar na cidade. “O senhor é candidato, agora não é para ganhar”, debochou. E continuou alfinetando, dizendo que a candidatura de Tagner a presidência estadual do PT é “um prêmio de consolação”.
Manda um “zap”
Os vereadores de oposição também registram um marco importante, os cem dias de perda do comando da gestão municipal. A avaliação do vereador Doutor Samuka (PRD), como já era de se esperar, foi negativa, com muitas críticas. Dentre os temas tratados pelo vereador, está a cobrança por limpeza de córregos na região de Abrantes. Samuka citou localidades do distrito que estariam abandonadas, necessitando de serviços públicos. Ele admitiu que teve dificuldade na antiga gestão, do seu aliado Antonio Elinaldo (União), mas informou que ligava direto pro prefeito e conseguia as intervenções.
TAC da Água!
O vereador Elias Natan (PSDB), se absteve de avaliar os 100 dias e disse que está cauteloso. Mas, trouxe uma importante informação para a tribuna. Contou que esteve em uma reunião na noite de quarta-feira (9), para tratar sobre problemas no abastecimento de água do município. A convite do Ministério Público, se reuniram representantes da Embasa, Prefeitura Municipal, Câmara Municipal e Agersa - Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia.
Segundo o vereador, a Embasa informou que tem atendido priorizando três critérios: demanda (onde tem mais denúncias), insuficiência de rede, além da vulnerabilidade da população da região. Dessa forma, ficou estabelecido, o distrito de Monte Gordo como área prioritária para solução desse problema ( a parte do lado da terra, não do mar). A previsão, é de que até setembro, com a ampliação da estação de Jordão, estará resolvido o problema de falta de água na região.
Para a sede, a ampliação da estação que já está em execução, também prevista para ser concluída em setembro, deve deixar o fornecimento mais regular. O vereador informou ainda, que foi celebrado um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), entre o MP e a Agersa e Embasa para resolução do problema.
“Topíssimo”
O vereador Manoel Filho (PL), reforçou o pedido de Samuka para limpeza de canais. Ele cobrou a elaboração de um plano de ação emergencial para limpeza dos córregos. Citou a região da Cetrel e o Parque das Palmeiras como locais que precisam de intervenção e disse que a situação atual é uma tragédia anunciada, com o risco das casas serem inundadas e os moradores desabrigados. Afirmando ser coerente e estar prevenindo a gestão, o vereador finalizou improvisando um bordão: “Chamou, o topíssimo vai lá, registra”.
Análise dos cem dias - parte 1
O vereador Dilson Magalhães (PP), montou uma lista extensa para prestar contas dos 100 dias da gestão municipal. Mas, a gagueira e as distrações durante o discurso não permitiram que concluísse em tempo hábil. Ele iniciou afirmando que não há como plantar e colher em uma terra arrasada, “que foi como o prefeito Luiz Caetano encontrou” Camaçari. O vereador usou o tempo para falar sobre ações voltadas para segurança pública, diálogo com o comércio, soluções para a agricultura, recursos conquistados e relatar problemas deixados na saúde.
Dias de luta, dias de glória
De acordo com o vereador João Dão (PSB), houve desrespeito da antiga gestão na fase de transição, onde não teria sido prestadas informações necessárias sobre as pastas, além da suspensão de contratos, descontinuando serviços públicos. Nesse quesito, ele citou o contrato de limpa fossa, que estaria desativado desde abril do ano passado; a suspensão temporária dos contratos da feirinha da Prefeitura e do contrato universitário. A sua análise é de que esses 100 dias foram de trabalho “árduo” para organizar os poucos serviços que tem e estabelecer novos contratos.
Cuspiu no prato que comeu
O presidente da Casa, vereador Niltinho (PRD), direcionou suas críticas para os ex-aliados que agora direcionam críticas à antiga gestão municipal. “Esses dois vem pra tá aqui falando dessa gestão, esses dois ficaram oito anos na nossa gestão”, disse, se referindo a Dilson Magalhães e João Dão, que o antecederam. Niltinho afirmou que fica “triste, de coração despedaçado” quando os parlamentares vão para a tribuna falar do que faltou ou deixou de ser feito. “Os vereadores, colegas dos senhores que vem desde lá de trás, não estão aqui para defender, e vem vocês dois”, criticou.
Amenizando, o vereador Dão pediu um aparte para dizer que respeita o ex-gestor e a divergência foi na questão política. Ele sinalizou que o rompimento veio por parte de Elinaldo, que não teria cumprido com o acordado.
Vereador João Dão (PSB) (Foto: Ascom/Câmara de Camaçari)
Vereador Doutor Samuka (PRD) (Foto: Ascom/Câmara de Camaçari)
Vereador Elias Natan (PSDB) (Foto: Ascom/Câmara de Camaçari)
Vereador Jackson Josué (União) (Foto: Ascom/Câmara de Camaçari)
Vereador Manoel Filho (PL) (Foto: Ascom/Câmara de Camaçari)
Vereador Dilson Magalhães (PP) (Foto: Ascom/Câmara de Camaçari)
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