A deputada federal, que foi condenada pelo STF a perda de mandato, diz que 'não sobreviveria na cadeia' - Créditos: Reprodução redes sociais
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que, após ser condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tem se vitimizado e afirmado que "não sobreviveria na prisão", já debochou do presidente Lula (PT) quando ele esteve preso.
Internautas resgataram vídeo em que Carla Zambelli tira sarro de Lula durante sua prisão. "Eu venho aqui pedir para a Polícia Federal, para o Ministério Público, para o judiciário: ajudem o Lula, está chegando o Natal, deixa o Lula passar o Natal com a família dele, os filhos... bota eles na cadeia junto", dispara, entre risos, Carla Zambelli.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) realizou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (15) para comentar sobre a sua condenação a 10 anos de prisão e perda de mandato na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante a coletiva, Zambelli afirmou que é vítima de perseguição política e, em desespero, afirmou que não sobreviveria na cadeia.
"Se acontecer de ter a prisão, vou me apresentar para a prisão. Mas não me vejo capaz de ser cuidada da maneira como eu devo ser cuidada [...] eles [médicos] são unânimes em afirmar que eu não sobreviveria na cadeia", declarou Carla Zambelli.
Zambelli diz sofrer de depressão, síndrome da taquicardia postural ortostática — que provoca tontura e aumento da frequência cardíaca quando alguém se levanta — e síndrome de Ehlers-Danlos, que causa hipermobilidade.
Bem distante da Carla Zambelli que perseguiu um jornalista com arma em punho pelas ruas de São Paulo e que vivia debochando de adversários políticos na Câmara, a deputada performa e toma alguns remédios durante a coletiva.
Carla Zambelli: de maneira unânime, STF condena deputada bolsonarista
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou unanimidade ao condenar a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Votaram pela condenação de Carla Zambelli e Walter Delgatti: Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
A condenação de Carla Zambelli deve ser confirmada após os recursos. Em seguida, a Câmara dos Deputados deverá confirmar a decisão do STF e declarar a perda de mandato. Além disso, Zambelli ficará inelegível, isso de acordo com a Lei da Ficha Limpa.
Os ministros propuseram as seguintes penas:
Carla Zambelli: perda do mandato parlamentar (a ser declarada pela Câmara dos Deputados), inelegibilidade e 10 anos de prisão.
Walter Delgatti: 8 anos e 3 meses de prisão em regime inicialmente fechado, além do pagamento de multa. Delgatti já cumpre prisão preventiva.
Zambelli e Delgatti também foram condenados ao pagamento de uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
Em seu voto, o ministro Alexandre de Moraes declarou:
"É completamente absurda a atuação vil de uma deputada federal, que exerce mandato em representação do povo brasileiro, e de um indivíduo com conhecimentos técnicos específicos, que causaram relevantes e duradouros danos à credibilidade das instituições, em completa deturpação da expectativa dos cidadãos e violação dos princípios constitucionais consagrados no Brasil.”
Acusação
Na denúncia apresentada pela Procuradoria-geral da República, Paulo Gonet afirma que Zambelli foi a autora intelectual da invasão e procurou Delgatti para executar o crime, com objetivo de inserir nos sistemas do CNJ um mandado de prisão falso e em aberto contra Moraes, entre outras manipulações ilegais.
O PGR relacionou os crimes à incitação de atos antidemocráticos e escreveu que eles foram cometidos visando a obtenção de “vantagem midiática e política” e “com o fim de prejudicar a credibilidade e o regular funcionamento do Poder Judiciário”.
Gonet avaliou que os crimes foram de “gravidade acentuada”, pois tiveram “o propósito espúrio de tentar colocar em dúvida a legitimidade e a lisura da administração da Justiça, como estratégia para incitar a prática de atos antidemocráticos e tentar desestabilizar as instituições republicanas".
Defesas
O advogado Daniel Bialski, que defende Zambelli, pediu a absolvição da deputada, sob o argumento de que o único elo entre a parlamentar e a invasão aos sistemas do CNJ é a palavra de Delgatti, que confessou a autoria dos crimes e a acusou de ser a mandante intelectual.
Bialski afirmou que a confissão do hacker sobre o crime foi “recheada de mentiras” e que não podem “respaldar uma condenação”. Ele sustentou que o crime foi cometido por iniciativa única de Delgatti, não havendo provas, além de meros indícios, da participação de Zambelli.
Ao longo do processo, a defesa de Delgatti alegou que os crimes foram praticados “única e exclusivamente” devido à promessa de vantagens financeiras e de um emprego feita por Zambelli.
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