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Yasmin Brunet ri da briga entre Leidy e Davi enquanto Isabelle tenta apartar. Créditos: Rede X Yasmin Brunet ri da briga entre Leidy e Davi enquanto Isabelle tenta apartar. Créditos: Rede X

Acompanho o Big Brother Brasil por "ossos do ofício". Como editor desta Fórum, sigo o programa com um olhar que vá além do "Grande Irmão". O termo foi imortalizado por George Orwell no visionário "1984" e está na origem do nome do reality criado pela produtora holandesa Endemol, que vendeu os direitos no Brasil à TV Globo.

Muito além do entretenimento, o BBB revela como a indústria cultural cria as imagens que farão parte do inconsciente coletivo da sociedade. E, consequentemente, direciona a formação do sistema de crenças e valores do indivíduo, que programa o pensamento que direciona a busca por novas informações.

É uma retroalimentação. O indivíduo busca aquilo que seja congruente com o que ele acredita e valoriza. E que faça sentido ao que absorve da indústria cultural.

Uma imagem divulgada nas redes sociais sobre o BBB 24 me chamou a atenção pelo que ela sintetiza disso tudo. E pela influência que a Globo exerce há décadas nesse inconsciente coletivo, recentemente sequestrado pela horda fascista que apoia Jair Bolsonaro (PL) para promover o ódio e a "polarização" política no país.

Na imagem se vê a trancista e operadora de caixa Leidy Elin trocando ofensas com o motorista de aplicativos Davi Brito. Entre os dois, a manauara Isabelle Nogueira busca impedir que a discussão vá às vias de fato. Ao fundo, Yasmin Brunet ri da situação.

Leidy é carioca. Davi é baiano. Ambos são negros. De classe média baixa, nasceram nos dois principais estados onde os escravizados trazidos da África e seus descendentes buscaram abrigo após deixarem as senzalas.

Professora de Letras, Isabelle deixou as salas de aula. Faz uso dos traços físicos, de origem indígena, para ser a atual "cunhã-poranga" do Boi Garantido. No Festival Folclórico de Parintins, o termo indígena é definido por "moça bonita, guerreira e guardiã que expressa força através da beleza”.

Filha da modelo brasileira Luiza Brunet com o empresário argentino Armando Fernandez, Yasmin Brunet é branca, loira, de olhos claros. Frequentadora das colunas sociais, entrou para o reality com uma fortuna que ultrapassa em mais de 10 vezes o prêmio de R$ 3 milhões para o vencedor do programa.

Na casa, se aliou a Wanessa Camargo, filha do cantor sertanejo Zezé di Camargo, e juntas revelaram aquilo que é encoberto pelas mesmas colunas sociais: o racismo, o preconceito contra pobres, a arrogância e a prepotência de quem se coloca acima do bem e do mal - como a casta onde transitam.

Aliados no ódio

Com diretores abertamente racistas - como o manda chuva do jornalismo, Ali Kamel, autor do incongruente "Não somos racistas" -, a Globo é o retrato da imagem projetada no BBB 24.

Como faz no programa, a emissora vende entretenimento, mas entrega ódio que nutre o fascismo e deu origem à seita de Jair Bolsonaro (PL) -  que até os idos de 2015, não passava de um deputado falastrão e medíocre que fez fortuna com dinheiro público.

O racismo estrutural - negado no cerne pela Globo - é apenas um dos elementos promovidos há décadas pela rede de comunicação, financiada pelos EUA durante a Guerra Fria e impulsionada pela Ditadura Militar anos depois.

Em seu discurso, Bolsonaro apenas hiperlativiza esse inconsciente coletivo construído pela indùstria cultural, dominada pela família Marinho e os pares que a orbitam. Assim como o ex-presidente, a Globo e os setores da mídia acreditam que negros e a grande parte do povo humilde do Brasil se medem em arrobas, que não passam de gado a serem conduzidos em defesa de interesses que representam.

O exemplo mais visível disso é a política econômica liberal, adotada por Bolsonaro justamente para ser aceito como o "anti-Lula" em 2018. Membro do Instituto Millenium, criado também pela Globo, Paulo Guedes foi o avalista de que o até então "capitão nacionalista" se renderia à pauta do sistema financeiro internacional, que tem na Globo a principal defensora no país.

Algo mais recente, que salta aos olhos, é a visão de Bolsonaro e da Globo sobre o genocídio impetrado pelo governo de Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Muito antes de Bolsonaro hiperlativizar o discurso e levar às igrejas evangélicas controladas pelos pastores midiáticos, a Globo já fazia parte da máquina de propaganda sionista.

Há inúmeros outros exemplos dessa confluência de pautas: a propagação do "monstro" do comunisno, o anti-petismo, a defesa do "bandido bom é bandido morto" e do "agro", a misoginia, a LGBTFobia - vide as inúmeros polêmicas sobre beijos gays em novelas.

Assim como na Ditadura, o avanço do Bolsonarismo contra setores democráticos da sociedade fortaleceu a Globo. A polarização impulsiona e dá lucros à emissora da Família Marinho, que se traveste de democrata e usa da propalada "parcialidade" em seu "jornalismo profissional", enquanto a sociedade se digladia entre a civilização e a barbárie.

A semiótica do entretenimento da emissora - seja no BBB, nas novelas, no Domingão do Huck e outras mercadorias da informação - nutre o ódio propagado pela horda bolsonarista.

Na imagem projetada no BBB 24, Yasmin Brunet veste a máscara da Globo e ri, em tom de chacota, defendendo os interesses do fascismo financeiro internacional que coloca o povo brasileiro contra o próprio povo brasileiro.

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