Gigante chinesa articula redução do Ex-tarifário dos atuais 20% para 10% (Foto: Reprodução)
A novela da instalação da montadora chinesa BYD em Camaçari, está longe de acabar. Dirigentes da BYD estão negociando com o governo federal alterações no atual regime tarifário para importar kits de peças da China com impostos reduzidos. A BYD apresentou o pedido ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para pagar menos impostos no Brasil. A gigante chinesa articula redução do Ex-tarifário dos atuais 20% para 10%.
A ideia é trazer kits de veículos parcialmente desmontados do país asiático e concluir a montagem na fábrica de Camaçari, a partir do segundo semestre. Especialistas acreditam, que essa é mais uma manobra para ganhar mais incentivos e adiar a produção nacional.
A movimentação da montadora consta em dois documentos protocolados no Sistema Eletrônico de Informações do governo (SEI). Analistas do setor avaliam que o pedido da BYD abre brechas na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum, LETEC, especialmente na redução da taxação para itens específicos, como os kits SKD (semi knocked-down, ou seja, veículos parcialmente desmontados). A meta seria agilizar o início das operações na fábrica de Camaçari, que vem acumulando atrasos; além de reduzir a importação de veículos já prontos da China pagando altas tarifas.
Nos documentos são citados cinco modelos: Song Plus, Dolphin e Yuan, além da picape média Shark e outra caminhonete ainda em desenvolvimento. Todos seriam montados no Brasil a partir dos kits importados, mas com alguns componentes nacionais agregados. Segundo a BYD, são veículos com eficiência energética superior aos equivalentes fabricados nacionalmente. A montadora usa os próprios dados de consumo e autonomia como argumento para embasar o pedido.
Dos cinco modelos citados pela BYD, a novidade no Brasil é a inédita picape que está sendo desenvolvida voltada para o mercado nacional. O modelo integrará a linha de caminhonetes da empresa (que hoje é formada apenas pela Shark, uma picape de porte médio) e terá tamanho intermediário para brigar com marcas já estabelecidas no mercado.
O pedido da montadora chinesa de redução do imposto de importação para a montagem de carros em sistemas CKD e SKD não tem o aval da Abeifa (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores). Segundo o presidente da entidade, Marcelo Godoy, o pedido de redução da tarifa de importação para veículos CDK e SDK “não é um pleito da Abeifa, é um pleito da montadora”. Nesse ponto, embora a BYD seja associada da Abeifa, a associação tem a mesma posição da Anfavea (que representa as montadoras tradicionais) e repudia as manobras adotadas pela BYD.
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