2ª Parada do Orgulho PcD (Foto: Divulgação)
O Largo do Campo Grande, em Salvador, foi palco de um evento importante e que merece ser copiado por outras cidades: a 2ª Parada do Orgulho PcD. No último sábado (29), o ato reuniu representantes do segmento, do poder público e da sociedade civil, para sensibilizar a população sobre a importância da inclusão e do combater o capacitismo.
Em uma demonstração clara de que inclusão é uma questão de vontade política, a parada contou com cerimonialista gaga, banda de forró formada por pessoas cegas, violinista cadeirante ou pessoas com deficiências diversas, como autismo, surdez e paralisias dos membros inferiores, promovendo debates, cultura e lazer.
"Esse é o momento de mostrar que temos orgulho de sermos pessoas com deficiência e que não somos apenas um CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde). Temos competência e somos capazes de lutar pelos nossos direitos. Essa parada vem muito para esse reconhecimento", destacou a vice-presidente da Parada do Orgulho PcD, Maili Santo. Ainda de acordo com ela, 98% dos organizadores da Parada são pessoas com deficiência.
O superintendente dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marcelo Zig, que estava no evento como representante da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado (SJDH), também destacou a importância da ação. "Estamos falando sobre orgulho, pertencimento e participação social. Que as pessoas com deficiência ocupem os espaços e sejam protagonistas da sua própria história", pontuou.
Lá e cá
Enquanto a realização do evento em si merece aplausos e destaque, a divulgação abre espaço para vários questionamentos sobre o quanto o poder público está realmente empenhado em dar visibilidade às pessoas com deficiência.
A Prefeitura de Salvador, uma das apoiadoras da ação, não se deu ao trabalho de divulgar nenhum release, nem antes nem depois. A ação nem sequer aparece no site ou no Instagram da “Prefs”, apelido “carinhosos” que a comunicação oficial adota na rede social.
A SJDH fez um pouco melhor, já que enviou releases pós evento, mas com apenas 4 fotos, que não dão a menor noção de como foi o ato. Para piorar, as pessoas citadas no release sequer são identificadas nas fotos.
Por último, mas não menos importante, a mobilização antes do evento, se é que existiu por parte de prefeitura e governo do estado, foi muito inferior ao que deveria e poderia ter sido. Ironicamente, faltou dar visibilidade ao evento sobre visibilidade.
Ainda assim, o evento aconteceu. Fica a dica para Camaçari, que tem uma população significativa de pessoas PcD, copiar a ideia. Mas só as partes boas…
Histórico
Salvador foi a primeira cidade do Brasil a realizar a Parada do Orgulho PcD, em 2023. A manifestação política e cultural traz para as ruas a luta pela acessibilidade, mostrando para a sociedade que todos têm direitos e que as pessoas com deficiência podem ocupar todos os espaços que quiserem.
Na sua segunda edição, a Parada do Orgulho PcD contou também com apoio do Coletivo Quilombo PCD; do Vozes Gagas; Criatípica; da Plataforma Beplay; e da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate a Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre).
(Foto: Divulgação)
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