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A orientação é estar atento aos dias de promoção no supermercado que frequenta, mas também ampliar a busca por outros supermercados (Foto: Shutterstock) A orientação é estar atento aos dias de promoção no supermercado que frequenta, mas também ampliar a busca por outros supermercados (Foto: Shutterstock)

Veja o que era possível comprar com esse valor e qual a realidade atual

Viver no Brasil de 2022 é ter a sensação de que o nosso dinheiro vale menos a cada vez que compramos comida. Um levantamento feito pela reportagem comparou preços de produtos de alimentação de 2018 e 2022, através dos folhetos de supermercado e aplicativo de compras, e mostrou que houve queda de no mínimo dois terços no poder de compra do consumidor em Salvador e na Região Metropolitana. Hoje, com R$ 100, é possível comprar cinco itens: 1 kg de carne do sol, manteiga, 1 kg de feijão, 1 kg de arroz branco e 1 pacote de biscoito cream cracker. E ainda sair devendo R$ 0,45.

Já em 2018, os mesmos R$100 custeavam até 15 itens. Os produtos comprados hoje em mais 1 kg de peito de frango, 30 ovos, garrafa de óleo de soja, pacote de café, pacote de leite em pó, extrato de tomate, refrigerante de 2 litros, pacote de macarrão, 1 kg de salsicha e um 1 de farinha de mandioca, com direito a troco de até R$ 0,78.

Os valores médios da cesta básica não ficam para trás. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em junho de 2018, o preço da cesta básica era, em média, R$ 321,62 em Salvador. Em comparação, no mesmo mês desse ano, o conjunto de alimentos chegou a R$ 580,82, aumento de 80,5% no bolso dos baianos.

A professora Graça Ferreira, 46, acredita que a quantidade de itens de alimentação que compra todo mês caiu 70%. Para conseguir fechar as contas mensais, ela teve de cortar carne vermelha, lanches da tarde e sobremesas. Além disso, Graça diz que precisou trocar de marcas, priorizando as mais acessíveis. Mesmo assim, o saldo ainda sai alto e ela costuma pagar R$ 800 em itens de alimentação para três pessoas.

“Meu filho foi na padaria comprar pão e leite. Ele trouxe o leite e quando fui lavar a caixinha, olhei o preço e falei ‘não acredito, acho que molhou a etiqueta, vou esperar secar’, Quando secou, tomei um susto: o leite estava R$ 8. Na padaria é mais caro, mas lembro que há um tempo, era por volta de R$ 5. Subiu muito”.

A diretora de escola Taiane Reis, 38, também teve que fazer cortes, tanto na quantidade de produtos, quanto nos gastos de lazer para fechar a conta. Viagens, mimos e saídas em família para o almoço de domingo perderam frequência quando comparados à rotina de anos atrás.  “Diversão é algo que a gente tirou, o aumento dos preços impacta a questão da forma de viver, na qualidade de vida”, diz.

Apesar dos cortes, o valor aumentou. “Eu comprava [em 2018] o dobro do que compro hoje e com a metade do valor. Antes, gastava por volta de R$ 1 mil na feira para quatro pessoas com produtos de excelente qualidade. Hoje gasto R$ 2 mil com menos produtos, que tem qualidade inferior. Antigamente com R$ 100 conseguia comprar 1kg de carne, feijão, arroz, açúcar, café… daria para fazer a cesta básica. Hoje consigo comprar 1kg de feijão, arroz, carne e, talvez, um frango”, reclama.

Motivos da carestia

Consultor econômico da Fecomércio, Guilherme Dietze explica que a queda no poder de compra dos consumidores é resultado de um conjunto de fatores que envolve a pandemia e conflitos internacionais. Ele justifica que, como houve quebra de cadeias produtivas durante a pandemia, a produção e exportação de produtos foram minados. No entanto, a demanda por alimentos e outros produtos continuou, o que resultou em supervalorização dos preços pela lei de oferta e demanda do mercado.

A agravar a situação, neste ano, a guerra na Ucrânia fez disparar os preços de algumas commodities [produtos de origem agropecuária ou mineral, em estado bruto, a exemplo do trigo, petróleo, soja e milho].

“Está havendo uma melhora, que deve vir no segundo semestre deste ano e de forma significativa no ano que vem. Por conta do risco de recessão global, o mundo todo vai parar para trazer a inflação para baixo. Isso faz com que reduza os preços das commodities milho, soja, trigo, petróleo e minério de ferro. De fato, eles estão caindo e isso deve chegar para o consumidor nos próximos seis meses a um ano”, estima.

Estratégias para economizar

Embora exista estimativa positiva para a queda dos preços, por ser a longo prazo, é bom ter estratégias para conseguir comprar a maior quantidade possível de produtos pelo menor preço. Dietze lembra que supermercados têm dias de promoção de carne e peixe. A orientação é estar atento aos dias de promoção no supermercado que frequenta, mas também ampliar a busca por outros supermercados.

A internet é outro refúgio. “Quando se compra três litros de sabão líquido no supermercado paga-se mais de R$ 40 reais, na internet compra-se sete litros e com preço médio mais barato”, recomenda.

O educador financeiro Raphael Carneiro salienta que é preciso ser criterioso e analisar os preços em vários supermercados ou ver formas de substituir o produto por outro mais acessível e de qualidade. Para ele, aplicativo de compra coletiva e clubes de desconto são outras brechas capazes de “driblar” os altos preços.

Um aplicativo que se encaixa na sugestão de Raphael é o  “Preço da Hora”, que reúne dados das notas fiscais de supermercados do estado para apresentar os melhores valores ao consumidor. Para utilizar, basta baixar o programa por algum dispositivo móvel. É possível buscar os melhores preços de combustível, produtos de supermercado - como alimentação, higiene pessoal e casa - além de medicamentos.

Para encontrar os melhores preços em determinada região, basta ir na opção “filtros” e determinar o raio de busca e faixa de preço. Depois, só é preciso ir em “produto ou código de barras” e escrever qual combustível, produto de supermercado ou medicamento procura. Após escolha da mercadoria, o aplicativo permite traçar rota até o local de venda para comprar o material mais econômico da região.

Variação do IPCA em % em Salvador e RMS:

Índice Geral
Dezembro de 2018 (acumulado em 12 meses) 4,04
Dezembro de 2019 (acumulado em 12 meses) 3,93
Dezembro de 2020 (acumulado em 12 meses) 4,31
Dezembro de 2021 (acumulado em 12 meses) 10,78
Junho de 2022 (acumulado em 6 meses) 6,60

Alimentação e Bebidas
Dezembro de 2018 (acumulado em 12 meses) 4,82
Dezembro de 2019 (acumulado em 12 meses) 4,96
Dezembro de 2020 (acumulado em 12 meses) 14,04
Dezembro de 2021 (acumulado em 12 meses) 10,11
Junho de 2022 (acumulado em 6 meses) 8,39

Fonte: IBGE - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo


Comparativo de preços no Supermercado:

Julho de 2018 em R$:

1 kg de carne do sol:  24,98
1 kg de file de peito: 8,99
1 manteiga 500g: 9,98
1 kg de feijão: 2,79
1 placa 30 ovos: 8,99
1kg arroz parborizado: 2,29
1 extrato de tomate 130g: 0,98
1 óleo de soja 900ml: 2,99
1 café 250g: 4,89
1 Leite em pó 800g: 17,89
1 biscoito cream cracker 400g: 2,19
1 refrigerante de 2L: 2,79
1 pacote de macarrão 500g: 1,29
1 kg de salsicha: 4,99
1kg de farinha mandioca: 3,19

Julho de 2022 em R$:

1 kg de carne do sol: 54,99
1 kg de file de peito: 26,99
1 manteiga 500g: 24,99
1 kg de feijão: 9,69
1 biscoito cream cracker 400g: 5,89
1kg arroz: 4,89
1 placa 30 ovos: 17,99
1 oleo de soja 900ml:11,99
1 café 250g: 9,49
1 Leite em pó 800g: 30,99
1 refrigerante de 2L: 6,69
1 pacote de macarrão 500g: 5,49
1 kg de salsicha: 19,99
1kg de farinha mandioca: 6,29

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