Quem vê a Avenida 2 de Julho hoje não faz ideia de como ela era no passado. O caminho tortuoso de barro, margeado por mato de ambos os lados, deu lugar a uma via com 7,2 km de extensão em asfalto que liga, diretamente, Cajazeira XI à BR-324, passando por Águas Claras e Valéria. A nova via, que diminui o tempo de percurso antes feito, em média, em 50 minutos, para apenas 10 minutos, foi inaugurada ontem pelo prefeito ACM Neto.
Segundo o gestor, a prefeitura investiu R$ 60 milhões de recursos próprios na obra. “Estamos abrindo um novo corredor viário na cidade. É uma avenida que surgiu no meio do nada e que vai mudar a dinâmica de todas as pessoas que vivem nessa região”, comentou ele.
A obra foi conduzida pela Secretaria Municipal da Infraestrutura e Defesa Civil (Sindec) e levou dois anos e meio para ser concluída. Um consórcio formado por três empresas foi responsável pela obra. A nova via tem duas pistas, cada uma com duas faixas, duas rotatórias e dois viadutos com 30 metros de extensão, que dão acesso das Cajazeiras à Valéria e à rodovia.
Foram construídos passeios, bueiros, dez baias para ônibus e o canteiro central. Cerca de 2,2 mil plantas foram inseridas ao longo da via. Moradores lotaram a rotatória de Cajazeira XI, onde foi feita a inauguração oficial, para conhecer a avenida. Eles agradeceram o investimento e comentaram as mudanças.
“Ficou tudo muito bonito. Quem via aquele terreno baldio nem podia imaginar que fosse se transformar em uma avenida tão bonita”, contou a dona de casa Rosane Silva.
Economia
Para os moradores, mais do que tornar o espaço útil, a nova via construída pela prefeitura vai gerar duas economias: de tempo e de dinheiro.
O motorista instrutor Gerson Alves, 60 anos, mora em Cajazeira XI e contou que percorre cerca de 12 km para chegar ao trabalho, na BR-324. Com a nova via haverá uma redução de 5 km no percurso que faz. “Com o preço em que está a gasolina, poder rodar 5 km a menos é muito bom. Antes, eu precisava percorrer o bairro para chegar na BR, por isso a viagem era mais longa. Agora, vou poder ir direto, e sem pegar engarrafamento”, disse.
Morador de Cajazeiras há 25 anos, ele contou que o espaço em que a avenida foi construída era um terreno baldio. No local existia um pequeno caminho para pedestres feito de barro e ladeado por mato. Ontem, algumas pessoas aproveitaram para caminhar no novo calçamento.
A vendedora Aline Santos, 28, foi uma das pessoas que foi conferir de perto a nova via. Para ela, a redução maior será de tempo. “Eu ando de ônibus e gasto, mais ou menos, uma hora só para conseguir sair de Cajazeiras. O engarrafamento é terrível”, ilustrou. “Espero que com a nova via os motoristas usem essa opção e o movimento diminua”, sugeriu.
Valorização
A Avenida 2 de Julho foi aberta ontem, logo após a inauguração oficial. A prefeitura estima que cerca de quatro mil veículos usarão o espaço todos os dias, mas a demanda não ficará restrita aos automóveis particulares. A via foi entregue com oito pontos de ônibus.
O prefeito informou que haverá uma reorganização das linhas que circulam na região e que as paradas serão ativadas em breve. Segundo a assessoria da Secretaria Municipal da Mobilidade (Semob), existe um estudo em andamento sobre as linhas da região e em até 15 dias haverá um posicionamento sobre as mudanças.
O prefeito acredita que com a nova via será possível atrair empresas para a região, o que deve gerar novos empregos. Ele destacou outros benefícios para os moradores. “Haverá uma valorização dos imóveis. Quem tem casa e apartamento nessa região terá os imóveis mais bem avaliados por conta da mobilidade”, considerou ACM Neto.
Dois de Julho
Data máxima da Independência da Bahia, o 2 de Julho foi o nome escolhido para batizar a nova avenida. Para os moradores, a escolha foi apropriada. “A obra levou mais de dois anos para ser feita, porque é uma obra grande. Tinha muito mato e muito barro no caminho. Foi mesmo uma luta”, contou o vendedor autônomo José Gonçalves.
Amanhã, Salvador estará em festa para celebrar a Independência – data em que o exército de Portugal foi obrigado a deixar a cidade, enquanto o exército brasileiro entrava vitorioso em Salvador. A festa é de todos, mas foram os moradores de Cajazeiras e do entorno que comemoraram o presente, segundo o motorista instrutor Gerson Alves. “Faço aniversário no dia 1º. Esse foi um presente”, considerou o morador, que hoje completa 60 anos.
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