Estudo da UFRJ com repercussão mundial mostra que o vírus afeta áreas associadas à memória e aos movimentos - Aedes aegypti Foto: Ricardo Mazalan / AP
Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro ( UFRJ ) descobriram os alvos do vírus zika no cérebro de adultos , num estudo de repercussão mundial.
Eles comprovaram que ele não só ataca diretamente os neurônios como deflagra uma espécie de curto-circuito cerebral, um tipo de reação inflamatória grave observada em doenças como o mal de Alzheimer.
O zika assustou e surpreendeu o mundo ao causar microcefalia e uma síndrome de anomalias congênitas em bebês. Agora, se comprova que também causa efeitos severos em adultos ao afetar as áreas dos cérebros associadas à memória e aos movimentos, explica a neurocientista da UFRJ Cláudia Figueiredo, uma das líderes do grupo.
O estudo identificou também drogas para tratar os distúrbios neurológicos causados pela infecção. Estes vão de desorientação a perda de memória e coordenação motora e, nos casos mais severos, paralisia.
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O trabalho sugere ainda que esses casos são mais frequentes do que se imagina e propõe novas políticas públicas de saúde para identificar entre as pessoas com distúrbios neurológicos aquelas que infectadas pelo zika. Fará diferença entre a recuperação e o sofrimento dos pacientes e a redução dos gastos em saúde pública.
— A zika, como as demais doenças do aedes, como a chicungunha e a dengue, são subnotificadas e temos visto emergir uma série de novos acometimentos, como os neurológicos. Nosso estudo pode contribuir para o diagnóstico e o tratamento — diz Figueiredo.
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