Cãezinhos são sempre gratificante, mas o ideal é que eles tenham seu local próprio para dormir, dizem especialistas (Foto: Arquivo pessoal/Divulgação / Agência O Globo)
Quem tem cachorro em casa sabe: é quase impossível resistir aos pedidos e olhares do melhor amigo. No inverno, então, o cãozinho, que é quase membro da família, vai parar na cama do dono, e lá passa a noite — às vezes, de “conchinha”. Tem gente até que troca beijos e divide o prato com o cãozinho, na hora das refeições. Exagero? Especialistas afirmam que sim: cachorros podem transmitir doenças aos seres humanos.
— É preciso ficar atento quando o contato físico passa dos limites. Os animais têm micro-organismos que podem ser transmitidos a humanos. Um cão com raiva, por exemplo, pode transmitir a doença pela lambida ou arranhão — diz o infectologista do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Alberto Chebabo — Há bactérias que também são transmitidas do cachorro para o dono, o que mostra o perigo à saúde do animal também.
Além da raiva, doença mais conhecida e, por isso, que causa maior preocupação, há outras infecções graves que podem ser transmitidas do animal ao dono. Graziella Hanna Pereira, infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, cita algumas:
— Há vários problemas que podemos destacar, como a doença de Lyme, provocada por uma bactéria que está no carrapato; leptospirose, transmitida pela urina; micoses e lesões de pele, quando há contato da pele do cachorro com a nossa; ou verminoses presentes nas fezes, como toxocaríase — explica a médica.
É impossível descartar o valor de ter um cãozinho em casa: sua companhia traz sensação de bem-estar ao dono e melhora quadros de depressão. O importante é saber equilibrar o tratamento.
— Ter animal doméstico é sempre gratificante e existe uma melhora importante emocional, mas é adequado que ele tenha seu local próprio para dormir — diz Graziella.
Lambidas podem causar infecção grave
No fim do mês passado, uma idosa de 70 anos, no Reino Unido, contraiu uma infecção grave, causada por uma bactéria presente na lambida do cachorro. A paciente se recuperou após duas semanas internada em unidade de terapia intensiva (UTI).
— Essa infecção, causada pela bactéria Capnocytophaga canimorsus, é muito rara. Pessoas com alteração de imunidade, como idosos, têm mais chances de contraí-la — explica Alberto.
Na saliva do cão, alertam os médicos, estão outras bactérias que podem até causar septicemias (infecção geral grave do organismo). O infectologista Antonio Luiz Chaves Gonçalves, professor da Faculdade de Medicina de Petrópolis, destaca as consequências das mordidas de cães:
— As infecções pós-mordeduras, causadas por bactérias dentro da boca do cão, são comuns. Se for uma ferida profunda, pode causar até lesões ósseas. É preciso buscar assistência médica imediatamente, que dependendo do caso vai passar antibióticos.
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