O papa decidiu reunir cerca de 20 bispos católicos e patriarcas ortodoxos para, segundo o Vaticano, fazer uma reflexão sobre a “dramática situação” no Oriente Médio, que “aflige tantos irmãos e irmãs na fé”.
O papa Francisco liderou o encontro ecumênico em favor da paz no Oriente Médio neste sábado (7), na cidade de Bari, sul da Itália. O evento teve dois momentos, uma celebração religiosa, onde a homilia ficou a cargo do pontífice, e uma reunião a portas fechadas, onde a imprensa não teve acesso.
A fala do pontífice foi cifrada, ao mesmo tempo que fez condenações sobre a situação de guerra naquela parte do mundo, evitou nomear quem seriam os responsáveis. Mesmo um ouvinte atento, precisa se esforçar para entender as correlações.
O local escolhido foi a igreja que guarda as relíquias de “São Nicolau”, venerado tanto pela Igreja Católica quanto pelos ortodoxos, que enviaram representantes de primeiro escalão para o encontro. Conta a tradição que Nicolau foi um bispo na Ásia Menor (atual Turquia) que costumava distribuir comida aos necessitados, dando origem – séculos depois – à figura mítica do Papai Noel.
O papa decidiu reunir cerca de 20 bispos católicos e patriarcas ortodoxos para, segundo o Vaticano, fazer uma reflexão sobre a “dramática situação” no Oriente Médio, que “aflige tantos irmãos e irmãs na fé”. No que classificou de admoestação, Francisco disse que estavam ali para rezar pela paz e lembrar “das nossas Igrejas, dos povos e das inúmeras pessoas que vivem em situações de grande sofrimento”.
Ao falar da perseguição aos cristãos no Oriente Médio, mandou um recado, dizendo: ‘Estamos com vocês”. Destacou ainda que “naquela esplêndida região, adensou-se, especialmente nos últimos anos, uma espessa cortina de trevas: guerras, violências, destruições, ocupações, fundamentalismos, migrações forçadas e abandono… Tudo isso sob o silêncio de tantos e a cumplicidade de muitos. Ali, a presença de nossos irmãos e irmãs na fé corre grande risco”.
O papa também ressaltou que o desaparecimento dos cristãos iria “desfigurar a própria face da região, pois um Oriente Médio sem cristãos não seria o Oriente Médio”.
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