Vereador Tagner Cerqueira (PT), líder de governo na Casa (Foto: Reprodução)
Após as denúncias de suspeitas de corrupção e corte de recursos nos gabinetes que circulam desde o início do mês, a Câmara de Vereadores de Camaçari agora vive mais um capítulo desse enredo: demissão em massa de funcionários ligados diretamente a folha da Casa e terceirizados. O vereador Tagner Cerqueira (PT), líder de governo na Casa, ocupou a tribuna nesta quinta-feira (22), para um ato de solidariedade com os funcionários da empresa terceirizada Epic, que receberam aviso de corte.
“Eu não vou concordar com isso. Não vou concordar. Os funcionários da Câmara receberam aviso de corte. E o presidente, tá se comportando como Robin Hood, tira do pobre para dar o rico”, protestou o petista. Apesar de errar na analogia - já que na lenda, Robin Hood tira do rico para dar pro pobre - o vereador acertou em cheio nas críticas.
Tagner afirmou, que o presidente da Casa, Niltinho Maturino (PRD), está pagando funcionário com valor maior do que recebe vereador. “Não dá pra vossa excelência dizer que tem problemas na Câmara e continuar com a farra de gratificações”, disse e em seguida relatou o caso de uma funcionária que estaria recebendo R$ 16 mil reais. Segundo o líder de governo, a Casa tem uma folha de gratificações (CET) de R$ 500 mil reais.
O petista declarou ainda, que o valor do duodécimo recebido da Prefeitura Municipal foi de R$ 31 milhões de reais (administrado nesses cinco meses). “Não tenho culpa da sua incompetência, não tenho culpa de que o senhor não soube montar sua equipe a tempo de o senhor organizar sua gestão; a tempo de vossa excelência equilibrar suas contas, a tempo de vossa excelência saber fazer conta”, criticou.
Apesar da crise da Casa afetar todos os vereadores, o grupo de oposição ainda defende as ações do presidente. O vereador Maurício Qualidade (União), argumentou que houve aumento de custo na Câmara com mais dois mandatos e construção de dois novos gabinetes. E taxou o desabafo de Tagner de “fala criminosa”.
Jamelao (Cidadania), também tentou reverter o impacto das denúncias, afirmando que as declarações seriam fruto da “raiva” de Tagner por não ter sido eleito como presidente. O vice-presidente, Elias Natan (PSDB), argumentou que “o presidente assumiu despesas que não existiu nos mandatos anteriores”. Ele acredita, que essa é uma ação preventiva para garantir o fechamento das contas.
Ao final do discurso de Tagner, alguns populares presentes na sessão ainda entoaram gritos por “CPI”. No entanto, com bancada de oposição e bancada independente ainda apoiando o presidente, por enquanto, uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apuração do fato está fora de cogitação.
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