Câmara aprova convocação de secretários e direção da Cidade do Saber
Ainda com os ânimos exaltados depois da votação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), no último domingo (17), os vereadores ocuparam a tribuna da Câmara de Vereadores para defenderem seus posicionamentos contrários e a favor do afastamento da presidente. Mas, mesmo o momento histórico vivido pelo país, naturalmente, não afastou os edis dos assuntos polêmicos da cidade, a exemplo da greve dos servidores públicos e a situação da Cidade do Saber.
Com uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Casa, os vereadores querem ouvir representantes do governo municipal diretamente ligados à parceria com a instituição e a presidente do Instituto Professor Raimundo Pinheiro, Ana Lúcia Silveira. Através do Requerimento Nº 175/2016, assinado pelos vereadores Jorge Curvelo (DEM), Oziel (PSDB), Junior Borges (DEM), Falcão (DEM), Elinaldo (DEM), Sessé Abreu (PSDB), Zé do Pão (PTB), João da Galinha (DEM), Bispo Jair (PRB), Jackson Josué (PT), Otaviano Maia (PT), Professora Patrícia (PT), Teo Ribeiro (PT) e Wilton de Ferrinho (PMN), a Casa requer:
“A convocação do Secretário da Fazenda, Sr. Camilo Pinto, da Secretária da Administração, Srª Lezineide Andrade bem como convidar a Presidente da Organização Social Instituto Professor Raimundo Pinheiro, Srª Ana Lúcia Silveira, para prestarem esclarecimentos sobre as denúncias de desvio de recursos, que envolve a Fundação Raimundo Pinheiro, bem como para dar explicações sobre as demissões de funcionários e a suspensão de cursos, na mesmo, em Sessão Ordinária”.
A convocação dos secretários municipais é prevista no Regimento Interno da Casa como forma de garantir a presença dos servidores responsáveis pelas pastas para tratar de assuntos de sua competência. No documento que oficializa a convocação e convite, os três são orientados a comparecer à Sessão Ordinária prevista para o dia 28 de abril, a partir das 9h.
Em uma sessão mais uma vez marcada por confrontos entre lideranças e bate boca envolvendo vereadores e a militância, os vereadores usaram a tribuna para defender através da representação nacional, seu posicionamento local: “Eu confesso a vocês que eu queria estar em Brasília, junto de todos aqueles que estavam para defender os interesses do país e não para defender os interesses de um partido político que se achou dono do Brasil e se acha dono de Camaçari”, provocou o democrata Junior Borges.
Os petistas Téo Ribeiro e Patricia Oliveira rebateram as críticas da oposição e defenderam a prevalência do voto nas urnas e da democracia. Segundo Téo, a articulação e condução da votação de domingo se assemelha um “show pirotécnico”. O vereador também citou a deputada Raquel Muniz (PSD-MG), que votou a favor da admissibilidade do impeachment e citou o marido como exemplo de integridade e boa gestão. E no dia seguinte o esposo da deputada, Ruy Muniz, foi preso na Operação Máscara da Sanidade II, que investiga crimes de falsidade ideológica, dispensa indevida de licitação pública, estelionato majorado, prevaricação e peculato.
Mesmo com a ameaça de a presidente ser destituída do cargo, os petistas não se deram por vencidos e prometem que vai ter luta: “A luta continua. E em 2018 Lula voltará. É fato!”, acredita a professora Patrícia, que condenou as declarações do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em homenagem ao coronel e ex-chefe do Doi-Codi Carlos Brilhante Ustra, durante declaração do seu voto.
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