O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, após uma série de adiamentos, aprovou na madrugada desta quarta-feira (2) o relatório preliminar que pede a continuidade do processo com pedido de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Agora, o peemedebista será investigado por quebra de decoro por ter ocultado contas bancárias no exterior.
A aprovação do relatório se deu de forma apertada, por 11 votos a 10, após o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), dar o voto de minerva e desempatar o placar. Apesar da vitória, o relator do caso, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), aceitou a proposta do deputado Paulo Azi (DEM-BA), um dos aliado de Cunha, e retirou do parecer o trecho que pedia a investigação por suposto recebimento de propina.
Azi argumentou que a acusação de que Cunha teria recebido propina de contratos da Petrobras se referia a fatos ocorridos fora do atual mandato legislativo. Marcos Rogério acatou a mudança sob a justificativa de que ainda não havia uma ação na Justiça aberta contra o líder da Casa por conta dessas acusações. O relator, no entanto, disse que nada impedirá que, no decorrer das investigações, Cunha volte a responder por esse crime.
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir ainda nesta quarta-feira se aceita a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra Eduardo Cunha em um dos processos da Lava Jato. Caso a denúncia seja aceita, o presidente da Câmara se tornará réu na ação que investiga o esquema de corrupção da Petrobras. Cunha terá 10 dias úteis para apresentar sua defesa prévia no Conselho de Ética.
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