O promotor de vendas Leonardo Sampaio, de 23 anos, é suspeito de utilizar o aplicativo WhatsApp para divulgar e oferecer drogas naturais e sintéticas. Além de maconha, haxixe, ecstasy e LSD, ele oferecia também um anestésico para cavalo, de nome Dopalen. A substância é geralmente cheirada pelos usuários.
O nome do grupo Bond Fritação faz referência à gíria geralmente empregada por usuários de ecstasy para descrever a sensação provocada pela droga.
Leonardo foi preso em flagrante por policiais da 35ª CIPM (Iguatemi) com 1 kg de maconha na mochila na noite de segunda-feira, 6. Segundo a polícia, ele estava próximo à Universidade Salvador (Unifacs), na Alameda das Espatódeas, Caminho das Árvores, onde pretendia vender as drogas para estudantes da instituição.
"Com esse grupo, ele comercializa drogas para festas, raves e alunos de faculdades particulares dessa região", afirmou a delegada Maria Selma Lima, titular da 16ª DT (Pituba). "Ele não trabalha com facção, não trabalha com crime organizado. Só vende para a classe média, para os playboys", completou a delegada.
Segundo ela, enquanto o flagrante era lavrado na unidade policial, diversas mensagens de usuários perguntando sobre as drogas chegaram ao celular de Leonardo (um iPhone 6). "Uma das fotos que ele postou no grupo é de uma bandeja com diversos tipos de drogas", disse titular da 16ª DT.
Leonardo estava em uma moto marrom [Honda CBX 250 Twister], com uma mochila. A versão oficial informa que ele abandonou o veículo ao avistar policiais militares, que suspeitaram da atitude e pediram reforço.
Corrupção
Ele foi abordado e acabou preso em flagrante por tráfico de drogas, após os policiais encontrarem 1 kg de maconha na mochila.
"Leonardo também foi indiciado por corrupção ativa, pois ofereceu R$ 3 mil para os PMs liberá-lo", afirmou a delegada Maria Selma Lima. Ela explicou que Leonardo ligou para a namorada e pediu para a jovem pegar o dinheiro na casa dele, na Boca do Rio, e levar até ele.
A polícia não encontrou indícios de envolvimento da namorada de Leonardo com o tráfico de drogas. Segundo a delegada Maria Selma, a jovem trabalha, é estudante de publicidade, não tem nenhuma passagem pela polícia e não foi encontrado nenhum registro no celular dela que indicasse ligação com o grupo do WhatsApp 'Bond Fritação'.
A jovem foi ouvida e liberada. Em depoimento à polícia, a namorada disse que Leonardo é usuário de drogas e deve a traficantes. Ela afirmou ainda estar grávida do rapaz.
Policiais da 16ª DT buscam identificar o parceiro de Leonardo. Até então, sabe-se apenas que se trata de um homem natural do estado de São Paulo e residente no bairro da Boca do Rio. "Já era. Não vão pegar mais ninguém. Saiu no jornal, já foi. Foram todos para longe", afirmou Leonardo.
Ele já esteve preso por tráfico de drogas por vender lança-perfume durante o Carnaval, ainda de acordo com informações da polícia.
Durante apresentação à imprensa, Leonardo afirmou ser inocente, disse que a droga não lhe pertence e as acusações contra ele "são uma calúnia". E negou ter subornado os policiais. "Subornei ninguém. Eles me espancaram e me pediram dinheiro", afirmou o rapaz.
Mais tarde, em entrevista a uma equipe de televisão, Leonardo afirmou ter comprado a droga no bairro da Engomadeira para usar. "Vou fumar tudo. [Fumo] até 2 Kg", disse ele.
Ainda durante entrevista, Leonardo negou envolvimento com traficantes e afirmou trabalhar sozinho.
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