Multidão se aglomerou para ver o corpo do jovem (Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE)
"Era apenas uma criança, um excelente menino. Tinha sonhos, não se envolvia com nada". Lamentou, aos prantos, uma jovem ao ver o corpo do irmão de criação, Wellington Rocha dos Santos, 14 anos, o Well, estendido no chão, na tarde desta terça-feira, 5, na Rua Vicente Celestino, em Marechal Rondon.
O garoto foi atingido por cinco tiros na cabeça e tórax ao ser usado como escudo humano por um homem com quem conversava, em frente à Escola Estadual Professor Germano Machado Neto, segundo testemunhas.
Populares informaram que quatro suspeitos em um carro preto chegaram ao local e abordaram o homem que estava com o adolescente. Contudo, ao perceber que seria baleado, ele puxou o garoto e o colocou em sua frente. O suposto alvo fugiu e ainda não foi identificado.
A delegada Marilene Lima, do Departamento de Homicídios (DHPP), confirmou a versão de que Well foi feito de escudo. "Ainda não sabemos quem era a pessoa que estava com ele. Falaram que o crime foi praticado por dois homens em uma moto", revelou a delegada.
De acordo com um policial militar, apesar de ser a principal avenida do bairro, a Rua Vicente Celestino é bastante perigosa. "Aqui tem muitas ocorrências. Sobe daí de baixo [localidade do Inferninho] o bonde, são mais de 10 homens armados. Aqui tem várias ruas que dão acesso ao Inferninho", disse o PM, sob anonimato.
Sonhava ser jogador
Well era um menino franzino, que cursava o 7º ano do ensino fundamental na Escola Estadual Artur Sales, em Campinas de Pirajá e, assim como a maioria dos meninos de sua idade, carregava no coração o desejo de ser um jogador de futebol.
Ele morava com a mãe em Alto do Cabrito, no Subúrbio Ferroviário, mas estava há alguns dias na casa da avó. Segundo familiares, o pai de Well está há dois meses internado no Hospital Geral do Estado (HGE), em coma. Ele sofreu um acidente de moto. "Agora que Binho está se recuperando, reagindo, vem uma notícia dessas", desabafou uma tia do adolescente. Até a noite, a Polícia Civil ainda não havia identificado os suspeitos.
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