Aterrar ou construir sobre esses locais constitui crime ambiental. Foto: Print do vídeo
A Ba 529, conhecida como 'estrada velha de Monte Gordo, 'causou' nas redes sociais e expôs um crime ambiental grave. Em um vídeo que circula desde quarta-feira (8) nas redes sociais e em grupos do WhatsApp, uma moradora autoidentificada como Sandra mostra o alagamento na estrada e afirma que a culpa seria de uma obra do Governo do Estado que, segundo ela, teria instalado tubos com diâmetro insuficiente para dar conta do escoamento da água da chuva.
Sandra, mais conhecida como ''Sandrinha'', que, conforme fontes do Camaçari Fatos e Fotos (CFF), é aliada do ex-prefeito Elinaldo, e concorreu à uma vaga na Câmara de Vereadores nas eleições passadas, sem reconhecer o real gerador do problema, exige que o sistema de drenagem seja refeito, com manilhas maiores, de forma urgente.
No entanto, a própria população local usou os comentários da publicação para contradizer essa versão. Uma série de relatos apontam que o alagamento não tem relação com o governo, mas sim com o aterramento irregular de uma nascente, para moradias — uma Área de Preservação Permanente (APP), cuja ocupação é proibida por lei.
“Mentira. O pessoal de um loteamento próximo à Passarinha, como é conhecida aqui em Barra do Jacuípe, aterrou a fluente de uma nascente. Foi por isso que aconteceu isso. Irresponsabilidade de quem fez esse loteamento e aterrou o rio”, escreveu o morador Luciano Silva.
“Eu já tomei banho na Passarinha, agora está tudo aterrado. Tem que sofrer mesmo. O governo não tem nada a ver com isso”, comentou Josemir Araujo do Rosário, reforçando a lembrança de um tempo em que o local era usado como espaço de lazer e contato com a natureza.
Outros relatos seguem o mesmo tom de crítica. “Aterraram as nascentes com ganância por terra. Agora estão sofrendo”, escreveu Luiz Eduardo. Já Reynaldo Trindade foi direto: “Vocês aterram as APP e ainda ficam criticando o governador”.
Para Monica Pereira, o problema está longe de ser a tubulação: “Tenho certeza que isso não é culpa da tubulação de 40, e sim do ser humano, que tem titica de galinha na cabeça e fica tomando o lugar da natureza. Já observou a lateral do riozinho como está? Aí ninguém vê...”.
Além do dano ambiental, o episódio expõe o impacto direto dessas ações irregulares na vida da população. Com o curso da água bloqueado, a chuva não encontra vazão, o que acaba causando alagamentos, prejuízos materiais e riscos à segurança.
A nascente aterrada citada pelos moradores estaria próxima ao sítio Chuin, às margens da estrada,. Até o momento, não há confirmação oficial sobre fiscalização ou responsabilização dos envolvidos.
Segundo o artigo 4º do Código Florestal (Lei Federal nº 12.651/2012), nascentes e cursos d’água devem ter faixa mínima de preservação ao seu redor. Aterrar ou construir sobre esses locais constitui crime ambiental.
Imagem: Print das menssagens
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