Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi agraciado com duas importantes honrarias que simbolizam o fortalecimento das relações diplomáticas entre Brasil e França e o reconhecimento internacional de sua trajetória política (Fotos: Ricardo Stuckert/PR)
Na primeira visita de Estado de um presidente brasileiro à França em 13 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi agraciado com duas importantes honrarias que simbolizam o fortalecimento das relações diplomáticas entre Brasil e França e o reconhecimento internacional de sua trajetória política.
Na quinta-feira (5) Lula foi recebido pelos "Imortais" da Academia Francesa, uma das mais prestigiosas instituições culturais do mundo, fundada em 1635. Durante a cerimônia, o presidente brasileiro recebeu uma medalha de honra que, em quatro séculos de existência da instituição, foi concedida a apenas 19 chefes de Estado.
O simbolismo histórico da homenagem é mais significativo por Lula ser o único brasileiro a receber a distinção, depois do imperador Dom Pedro II, em 1872, há mais de 150 anos.
Durante seu discurso na Academia, Lula destacou a importância das relações culturais entre os dois países: "A ligação entre a ABL e a Academia Francesa é testemunho da comunhão de mentalidades entre dois países que entendem que a palavra, para seguir plena e viva, precisa de instituições que a cultivem, a promovam e a defendam", afirmou o presidente.
Ao receber a honraria, Lula fez questão de ressaltar sua origem humilde: "Eu queria dizer aos membros da Academia Francesa que vocês homenagearam um cidadão brasileiro que não é acadêmico. Eu só tenho um diploma de torneiro mecânico."
Doutor Honoris Causa
A segunda honraria recebida por Lula foi o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade Paris 8, conhecida por seu histórico de democratização do acesso ao ensino superior e forte vínculo com a classe trabalhadora. A universidade nasceu dos movimentos estudantis de maio de 1968 e tem tradição de acolher estudantes de todas as origens sociais.
Em seu discurso de agradecimento, Lula destacou ser "o segundo brasileiro laureado, colocando-me ao lado de uma grande pensadora e filósofa, amiga, petista, Marilena Chauí."
O presidente aproveitou a ocasião para enfatizar o potencial emancipador da educação e relembrar suas políticas de expansão do ensino superior no Brasil: "Tenho a honra de ser o presidente que mais criou instituições de ensino técnico e superior. Nos governos do Partido dos Trabalhadores consolidamos um modelo de ensino mais aberto e inclusivo."
Lula também destacou a importância da cooperação acadêmica entre Brasil e França, mencionando iniciativas como o programa de dupla diplomação em História entre a Universidade Paris 8 e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, além do acolhimento de doutorandos indígenas brasileiros na instituição francesa.
Uma visita, múltiplos significados
A visita de Lula à França, que durou quatro dias, foi marcada por uma série de compromissos diplomáticos, culturais e econômicos que demonstram a retomada das relações entre os dois países após um período de distanciamento.
Um dos momentos mais simbólicos da visita foi a iluminação da Torre Eiffel com as cores verde e amarela da bandeira brasileira, em homenagem à presença do presidente brasileiro e sua delegação. A imagem do principal cartão postal de Paris nas cores do Brasil circulou pelo mundo, reforçando visualmente a aproximação entre as duas nações.
No campo econômico, o resultado mais expressivo foi o anúncio de que 15 dos maiores investidores franceses que já operam no Brasil pretendem investir R$ 100 bilhões no país até 2030. "É preciso que a gente aprenda que um dos papéis do presidente é fazer com que as coisas aconteçam", disse Lula ao anunciar os investimentos.
(Fotos: Ricardo Stuckert/PR)
(Fotos: Ricardo Stuckert/PR)
Clique aqui e siga-nos no Facebook
< Anterior | Próximo > |
---|