Embalagens e a apresentação visual dos produtos imitam marcas populares, mas o conteúdo é bem diferente (Foto: Montagem)
Três marcas que tentam se passar por café tradicional foram desclassificadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) por não atenderem aos critérios mínimos de qualidade exigidos para consumo humano. As embalagens e a apresentação visual dos produtos imitam marcas populares, mas o conteúdo é bem diferente: além de não conter café puro, apresentam impurezas, matérias estranhas e até substâncias tóxicas em níveis acima do permitido por lei.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Hugo Caruso, foi direto ao afirmar que os itens analisados “não tinham café em sua composição” e eram feitos com “lixo da lavoura”. Em fevereiro, quando os produtos foram apreendidos, o ministério já havia apontado que eles não podiam ser considerados alimento — mas os nomes das marcas só foram divulgados agora.
Os produtos são descritos como “pó para preparo de bebida sabor café” - uma formulação mais barata que tenta enganar o consumidor com imagens de xícaras fumegantes e grãos tostados, além de nomes e cores parecidos com marcas conhecidas. A informação de que não se trata de café puro geralmente aparece em letras pequenas, na parte inferior do pacote.
As marcas reprovadas são Melissa (uma marca de café falso fabricada pela Melitta), Pingo Preto e Oficial. Análises laboratoriais revelaram que os produtos continham matérias estranhas como areia, pedras e sementes de outras plantas, além de impurezas como paus e cascas - todos em níveis superiores ao limite de 1% permitido pela legislação. Também foi detectada a presença de micotoxinas, substâncias tóxicas produzidas por fungos, que representam risco à saúde.
Os lotes reprovados são: Melissa (0125A), Pingo Preto (12025) e Oficial (263). As empresas responsáveis foram notificadas e o Mapa determinou o recolhimento imediato desses produtos.
A recomendação oficial é que consumidores que tiverem adquirido qualquer um desses produtos deixem de consumi-los imediatamente. Eles podem, inclusive, exigir a substituição do item com base no Código de Defesa do Consumidor. Caso algum desses produtos ainda esteja à venda, a orientação é registrar uma denúncia no canal oficial Fala.BR, informando o nome e endereço do estabelecimento.
Com a alta no preço do café, que, segundo o IBGE, já subiu mais de 80% em comparação ao ano passado, opções mais baratas têm surgido nos mercados, mas com uma tentativa clara de enganar o consumidor e garantir o lucro das empresas.
(Foto: Montagem)
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