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A luta atual do trabalhador brasileiro pelo fim da escala 6x1, que submete a maioria esmagadora da população a condições de vida em que lazer, descanso adequado e cuidados dignos com a saúde física e mental são luxo, colocou em pauta a desigualdade social — mas o buraco é bem mais embaixo. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo necessário em abril de 2025 deveria ter sido de R$ 7.638,62, valor 5 vezes maior que o atual, de R$ 1.518.
O cálculo considera o custo da cesta básica mais cara do país, registrada em São Paulo (R\$ 909,25), e leva em conta o que determina a Constituição: o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir, para uma família de quatro pessoas, os gastos com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
De acordo com o Dieese, o preço da cesta básica subiu em 15 das 17 capitais pesquisadas em abril, com destaque para Porto Alegre (alta de 5,3%), Recife (4%), Vitória (4%) e São Paulo (3,2%). Apenas Salvador e Aracaju registraram queda.
Além de São Paulo, outras capitais que apresentaram os maiores custos médios da cesta foram Florianópolis (R$ 858,20), Rio de Janeiro (R$ 849,70) e **Porto Alegre (R$ 834,22). Os menores valores foram observados em Aracaju (R$ 579,93) e Salvador (R$ 632,12).
Na comparação anual, entre abril de 2024 e abril de 2025, os preços da cesta aumentaram em 15 capitais. São Paulo novamente lidera o ranking, com alta de 10,5% no período. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, todas as cidades pesquisadas apresentaram aumento, com destaque para o Recife, onde os preços subiram 10,94%.
Entre os produtos que mais encareceram a cesta em abril, estão o tomate, com alta de até 51,9% em Porto Alegre, e a batata, que subiu 35% na mesma capital. O café em pó aumentou em todas as 17 capitais — em Vitória, o salto foi de 15,5%. Já a carne bovina de primeira teve alta em 11 capitais e queda em seis, mas nos últimos 12 meses o aumento foi generalizado, com São Paulo registrando alta de 28,6%.
Enquanto o custo de vida não para de subir, o salário mínimo real segue muito abaixo do necessário para garantir uma vida minimamente digna. Para o Dieese, esse descompasso é um retrato da desigualdade estrutural no Brasil — e o fim da escala 6x1 é apenas um dos muitos passos urgentes rumo à justiça social. A mudança dessa realidade não vai acontecer do dia para a noite, mas só vai começar quando a população passar a eleger mais parlamentares que defendam o povo. De verdade, e não com fake news e videozinho de Tiktok.
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