Rodrigo Felício, conhecido como Tiquinho (Foto: Arte/Metrópoles)
Um integrante da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) tentou, sem obter sucesso, se aproximar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques. Emissários da facção criminosa teriam ido até Brasília na tentativa de pleitear reuniões com o membro da mais alta Corte do país. As informações foram obtidas após uma minuciosa investigação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP). A divulgação do caso foi feita com exclusividade pelo portal Metrópoles.
A facção fundada há mais de três décadas possui tentáculos que extrapolam as fronteiras brasileiras, alcançando América Latina, Estados Unidos e Europa. O PCC é considerado a maior facção criminosa do país, o que reforça a atenção das autoridades para a tentativa do grupo de ter acesso a autoridades que ocupam os mais altos postos do Poder Judiciário.
O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) tocado pelo Gaeco revela como o faccionado Rodrigo Felício, o “Tiquinho”, consegue driblar as camadas de proteção da Penitenciária de Segurança Máxima Presidente Venceslau II, no interior paulista e direcionar mensagens a comparsas que estão livres. A investigação foi detalhada em 683 páginas que contam com transcrições de quebras telemáticas e imagens extraídas de celulares apreendidos.
A orientação para aproximação com o ministro teria sido feita através de uma carta escrita à mão, enviada por meio da companheira de Tiquinho, onde o faccionado orienta a filha sobre como deveria conversar com o ministro Kássio Nunes Marques. Nas conversas interceptadas, a filha de Tiquinho revela para a madrasta que um “amigo” ficou de marcar uma reunião diretamente com ministro.
A investigação mostra, que apesar dos diálogos, não há indícios de ter acontecido nenhum encontro entre o ministro e pessoas ligadas a Tiquinho. Além da tentativa de reunião sem sucesso, Nunes Marques, como relator, rejeitou seis pedidos feitos pela defesa do criminoso.
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