O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Divulgação)
O número do CPF do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi divulgado em grupos de extrema direita no Telegram como parte de uma ação coordenada que sugere seu uso de forma fraudulenta. Entre os dias 15 e 18 de janeiro, a informação foi compartilhada em pelo menos 58 chats, alcançando cerca de 100 mil pessoas. Nos grupos, mensagens incentivavam que o CPF fosse utilizado em notas fiscais de compras, com o objetivo de atribuir ao ministro despesas fictícias, na tentativa de provocar investigações pela Receita Federal.
A ação foi organizada para dificultar a identificação dos responsáveis. Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) identificaram que diversos participantes alteraram seus nomes nos aplicativos de mensagens antes de compartilhar o número. Uma mensagem recorrente nos chats dizia: "Quando te perguntarem: CPF na nota? Responda SIM. E passe esse", seguida do CPF de Haddad, com o complemento: "Ele vai ver o quanto é bom ter que declarar".
Guerra política
Essa ofensiva ocorre em meio à disseminação de notícias falsas relacionadas a uma suposta taxação de transações via Pix, desmentida pelo governo. A desinformação gerou grande repercussão, atingindo pelo menos 22,5 milhões de pessoas entre os dias 9 e 13 de janeiro, e está diretamente conectada à tentativa de fragilizar a credibilidade do Ministério da Fazenda. A onda de fake news levou até mesmo à revogação de uma normativa da Receita Federal que obrigaria bancos digitais a informar transações de alto valor via Pix.
Na Bahia
Diante do ocorrido, o Ministério da Fazenda acionou a Polícia Federal para investigar o caso. O órgão recebeu denúncias sobre o uso indevido das informações pessoais de Haddad, incluindo e-mails que detalham como os dados foram obtidos e divulgados. A suspeita é de que a campanha de desinformação tenha sido organizada a partir do estado da Bahia.
As autoridades agora apuram a origem das ações e os responsáveis pela divulgação e uso fraudulento do CPF do ministro. Enquanto isso, o governo tenta reforçar medidas contra a desinformação, especialmente em um momento delicado de reconstrução da confiança em políticas públicas, como o Pix, e no próprio sistema tributário do país.
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