Mais de 900 pessoas morreram em um suicídio coletivo que é considerado o maior da história mundial (Foto: Reprodução)
Em 1978, apenas 46 anos atrás, mais de 900 pessoas morreram em um suicídio coletivo que é considerado o maior da história mundial. E eles fizeram isso por acreditar nas palavras de um líder político-religioso, que pregava ideais cristãos.
Talvez você esteja pensando “Eu jamais faria isso!”, mas… será que não? Será que você realmente consegue ouvir, avaliar e discernir entre o certo e o errado, quando confia cegamente no seu líder, nas palavras dele e no grupo?
Cerca de 20 anos antes do massacre de Jonestown, Jin Jones, o líder do que se tornaria uma seita suicida, iniciava sua jornada como líder religioso. Ele criou o "Templo do Povo", uma suposta igreja cristã que pregava humildade, igualdade e apoio mútuo. Havia a promessa por justiça e igualdade sociais, repetidas em discursos emocionados sobre 'inimigos que precisam ser combatidos'. O medo desse inimigo perigoso era usado como ferramenta de convencimento. "O Templo do Povo" era o único caminho correto e 'seguro'.
Parece com algo que você conhece?
O Templo do Povo nasceu nos Estados Unidos (EUA). Mas, Jim Jones resolveu se mudar para a Guiana, pequeno país que faz fronteira com o estado do Pará, em 1977, quando começou a ser acusado de enriquecimento ilícito, abusos sexuais e psicológicos e charlatanismos. Para se defender dessas acusações, ele atacava a moral dos críticos, fortalecia o discurso de “nós contra eles” e convencia os fieis de que eles estavam sendo perseguidos.
Mais uma vez, parece com alguma coisa que você conhece?
Quase um ano depois de seguirem Jones dos EUA para a Guiana, cerca de 400 pais e mães envenenaram seus filhos com cianeto e depois se mataram. Mesmo sendo cristãos, eles cometeram assassinato e suicídio, acreditando nas palavras do seu líder, de que aquilo era o certo à fazer.
Charles Garry Henderson, um recém-nascido de dois meses, foi a mais jovem vítima do massacre. Amanda Poindexter, uma ex-empregada doméstica de 97 anos, foi a vítima mais velha. Ao todo, morreram 918 pessoas, incluindo 304 crianças e adolescentes. Houve apenas 35 sobreviventes.
Agora, talvez você esteja se perguntando o que Jonestown tem a ver com o Brasil. Muito pouco se você pensar na seita religiosa, porém muito mais se você pensar na distorção dos verdadeiros ideais cristãos usados como ferramenta de poder político e manipulação de massas.
Por aqui, desde 2018, vemos o discurso de “nós contra eles” crescer fortemente e a luta contra inimigos inexistentes ganhar cada vez mais corpo. Cristãos fazem arminha, pregam morte, atacam quem discorda… Famílias já foram atacadas dentro das suas casas; pessoas boas foram assassinadas; e a volta da Ditadura é aclamada como única solução possível contra um suposto inimigo que, segundo o líder da extrema-direita nacional, destituído do trono pelo próprio Deus Criador (Daniel 2; 21-22), quer 'destruir as famílias e as crianças'.
Se em Jonestown a saída foi o suicídio, no Brasil atual a saída seria o assassinato: nesta última semana, tivemos um homem-bomba atacando o Supremo Tribunal Federal e a revelação pela Polícia Federal de uma esquema que tramava a tomada do poder através do assassinato do presidente Lula, do seu vice Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. E, enquanto uma parte da população está estarrecida com os acontecimentos, há dezenas de milhares de líderes religiosos e crente comum em silêncio, se concordando com essa atrocidade mental não sabemos, Deus sabe. Tudo 'em nome de Deus, da pátria e da família'. É isso ou o silêncio é por vergonha de admitirem que erram quanto ao sujeito agora revelado como um perverso.
Em Camaçari, vimos um candidato a prefeito usar o cristianismo como arma política e acusar, sem nenhuma prova, o seu adversário de “vender a alma ao diabo”. E só porque ele falou, milhares acreditaram e repetiram a mesma desinformação, sem questionar.
Líderes religiosos sobem nos púlpitos e dizem aos seus fiéis que o inimigo precisa ser aniquilado, destruído. Mesmo a ordem de Jesus tendo sido amar ao próximo como a si mesmo. E mesmo a Bíblia sendo clara em alertar sobre falsos profetas, muitos continuam seguindo esses líderes, muitos deles ricos e enriquecendo mais ainda, enquanto o povo padece necessidades.
Nas redes sociais, muita gente está cobrando de quem apoiou esse fascismo brasileiro uma postura, agora que a tentativa de um golpe assassino foi desmascarada, e com provas. Mas os líderes que apoiaram a ascensão desse anticristo seguiram esse caminho porque tinham algo a ganhar. E devem ter ganhado. Não há outra explicação se são conhecedores dos princípios bíblicos. Um que até bradou num vídeo publicado nas redes sociais, que "os petistas" são inimigos dos crentes; e que Deus os derrotaria "no dia 27". Passou vergonha. Como já havia sido envergonhado em 2022. Mas a cerviz dura não o deixou aprender.
O povo, as ovelhas, é que precisam abrir os olhos e aprender a dobrar a cerviz diante do Deus do Céu enquanto há tempo, por visto que a salvação é individual e ela não vem com 'morte matada' de ninguém; e se eles querem apoiar isso, que entrem no buraco sozinhos.
Ademais disso (...)Ele muda os tempos e as estações; ele """"remove""""" os reis """"""e estabelece"""""" os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.
Ele """"""revela"""""" o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz. (Daniel 21, 22)
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