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Jair Bolsonaro e militares do Exército (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)Jair Bolsonaro e militares do Exército (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Investigado no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura uma tentativa de golpe de Estado supostamente liderada por Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior, do Exército, decidiu falar à Polícia Federal (PF).

Ferreira foi um dos alvos da recente operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF, e ficou em silêncio quando foi convocado pela primeira vez para prestar depoimento aos investigadores. Após saber que outros militares "abriram o bico" e forneceram informações sobre a trama golpista, o tenente-coronel se colocou à disposição da autoridade policial e sua defesa acionou o STF, nesta quarta-feira (13), solicitando um novo depoimento.

"A defesa de Ronald Ferreira de Araújo Júnior entende por bem que o mesmo possa, ainda que com parcial conhecimento dos elementos de investigação, responder aos questionamentos da Polícia Federal sobre os fatos em tela, em especial sobre sua relação com o Tenente-Coronel Mauro Cid", diz nota divulgada pela defesa do militar.

Os advogados negam que Ronald Ferreira tenha envolvimento com o plano golpista e afirmam que, ao prestar informações à PF, o objetivo seria  "afastar as especulações de que Ronald tenha tido qualquer tipo de participação em quaisquer fatos delituosos, notadamente em tentativa de golpe de Estado ou abolição do Estado Democrático de Direito".

Na investigação da PF, o militar é apontado como uma das pessoas próximas ao ex-ajudante de ordens do governo Bolsonaro, o também tenente-coronel Mauro Cid. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, diz ainda em despacho que Ferreira está entre os quadros das Forças Armadas entre os quais circularam "documentos relacionados a medidas mais drásticas" a serem adotadas após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de 2022 - em provável referência à chamada "minuta do golpe".

Mauro Cid e Freire Gomes


No depoimento de cerca de 9 horas à Polícia Federal (PF), que terminou na madrugada desta terça-feira (12), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, confirmou que Jair Bolsonaro participou de, ao menos, 5 reuniões golpistas.

Entre as reuniões relatadas por Cid, está a que foi citada pelo ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes.

À PF, Freire Gomes disse que Bolsonaro apresentou a minuta golpista no encontro que teve com ele e os então comandantes da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Júnior, e da Marinha, Almir Garnier.

Cid disse à PF que a reunião aconteceu, mas que não esteve na sala com Bolsonaro e a cúpula militar. A informação é tida como crucial para confirmar que Bolsonaro comandou o golpe, que só não teria ocorrido por oposição de Freire Gomes e Baptista Junior - Garnier teria colocado as tropas à disposição.

Em consonância com o ex-comandante do Exército, o tenente-coronel afirmou que mantinha Freire Gomes atualizado sobre o que classificou como "pressão" que Bolsonaro sofria para colocar o golpe em marcha.

Segundo Cid, o general estava preocupado com a possibilidade de golpe e queria saber quem estava inflamando Bolsonaro e as reações do ex-presidente.

Em mensagem captada pela PF em seu celular, Cid atualiza Freire Gomes sobre a situação no Alvorada, onde Bolsonaro instalou o QG do golpe, e chega a citar alterações no "decreto".

“Boa tarde, general. Só para atualizar o senhor que vem acontecendo e o seguinte. O presidente tem recebido várias pressões para tomar uma medida mais, mais pesada onde ele vai, obviamente, utilizando as forças, né (...) A pressão que ele tem recebido é muito grande. (...) Ele enxugou o decreto, né? Aqueles considerandos que o senhor viu e enxugou o decreto, fez um decreto muito mais resumido", afirmou Cid ao ex-comandante do Exército.

O decreto, segundo a PF, seria a minuta golpista, que previa a instauração de Estado de Sítio. Freire Gomes declarou que na reunião com os comandantes, o documento entregue a Bolsonaro pelo ex-assessor, Filipe Martins, previa as prisões de Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Bolsonaro, no entanto, teria deixado apenas Moraes na lista dos que iriam para a cadeia com o golpe.

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