O ex-governador Anthony Garotinho foi transferido para o hospital particular Quinta D'or, no Rio de Janeiro, no início da madrugada deste sábado (19). Garotinho saiu do Hospital Penitenciário, em Bangu, após determinação da ministra Luciana Lóssio, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Garotinho ficará em prisão domiciliar após os exames e até que seu pedido de liberdade seja votado no plenário do TSE. Garotinho foi levado em uma ambulância por volta de 0h10. O veículo foi escoltado por dois carros da Polícia Federal (PF).
De acordo com a PF, a prisão faz parte de investigações relativas ao uso do programa Cheque Cidadão, benefício de R$ 100 concedido pela prefeitura de Campos dos Goytacazes para compra de produtos alimentícios pela população. Garotinho é secretário de Governo da cidade. A mulher dele, Rosinha Garotinho, é prefeita.
A defesa de Garotinho sustenta que a “prisão é arbitrária, ilegal e baseada em fatos que não ocorreram”. O advogado Fernando Augusto Fernandes, responsável pela defesa de Garotinho, disse que o decreto de prisão ocorrido em razão de decisão da 100ª Vara Eleitoral de Campos vem na sequência de uma série de prisões ilegais decretadas por aquele juízo e suspensas por decisões liminares do TSE.
Áudios
Dois vídeos e um áudio registraram o desespero da família e do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) com a transferência para um hospital para o complexo penitenciário de Bangu. O ex-governador foi transferido do Hospital Souza Aguiar por determinação judicial. No áudio, Garotinho afirma que teme morrer no presídio e que na quarta-feira vai se encontrar com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para "entregar o resto da quadrilha".
Ao saber que será transferido, ele resiste. “Levar é o cacete. Eu não vou. Isaías do Borel (líder de uma facção criminosa), tem um monte de preso lá que foi tudo eu que botei na cadeia. Estão doidos para me levar para lá para me matar. Sabe que quarta-feira eu tenho reunião com dr. (Rodrigo) Janot para entregar o resto da quadrilha. Isso tudo foi armado. Eu não vou”, diz, gritando. “O senhor vai. Porque o senhor está preso com decisão judicial. Nós vamos cumprir a ordem judicial”, responde o policial. “Me matar é uma decisão sua”, diz Garotinho.
Já os vídeos mostram outros momentos. No primeiro, policiais chegam ao quarto onde Garotinho está internado. Filha dele, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), e a esposa do político, Rosinha Garotinho (PR), prefeita de Campos (RJ), pedem que ele não seja levado. Clarissa, chorando, grita que o pai "não é bandido". O ex-governador é retirado à força da cama.
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