Foi há dois anos que as mudanças começaram a ser notadas. Primeiro, o policial da casa da frente fugiu. Depois, chegaram as novas "autoridades". Não demorou para que Hassan, um homem amigável de 49 anos, percebesse que algo sinistro estava acontecendo em Qayyarah, uma cidade empoeirada às margens do rio Tigre: de sua casa, ele passou a ver jihadistas levando homens para o quintal e os espancando; prisioneiros sendo arrastados para dentro, e seus corpos sendo descartados alguns dias depois. Era o Estado Islâmico (EI), que, após derrotar o Exército em Mossul, havia invadido a província de Nínive, no noroeste do Iraque, e ocupado Qayyarah.