Um socorrista opera após o lançamento de mísseis do Irã para Israel, em Tel Aviv, Israel, em 16 de junho de 2025 (Foto: REUTERS/Ronen Zvulun)
No quarto dia consecutivo de confrontos diretos entre Israel e Irã, os ataques se intensificaram nesta segunda-feira (16), com mísseis iranianos atingindo diversas cidades israelenses e deixando pelo menos cinco mortos e mais de 100 feridos. Entre os locais atingidos estão Tel Aviv, Haifa e Petach Tikva — onde quatro pessoas morreram após um projétil atingir um prédio residencial.
O conflito, iniciado na sexta-feira (13) com uma ofensiva israelense contra instalações nucleares e militares iranianas, já deixou ao menos 23 mortos em Israel e mais de 220 no Irã, segundo autoridades locais.
As explosões desta madrugada foram ouvidas em várias regiões do país. A principal organização de emergência israelense, Magen David Adom, confirmou que três das vítimas eram idosos. Outras 74 pessoas ficaram feridas apenas na manhã desta segunda-feira, e equipes de resgate continuam procurando vítimas entre os escombros.
Equipes de emergência trabalham em um local atingido por um ataque de mísseis do Irã contra Israel, em Tel Aviv, Israel, em 16 de junho de 2025. REUTERS/Ronen Zvulun
A imprensa iraniana afirmou que seus ataques miraram alvos estratégicos, incluindo uma usina de energia na cidade de Haifa, mas a veracidade da localização ainda não foi confirmada.
Pouco depois, a agência de notícias iraniana Tasnim afirmou que Israel “atacou brutalmente o prédio do corpo de bombeiros no município de Musiyan”, na província de Ilam, perto da fronteira com o Iraque. Segundo a agência de notícias Fars, um hospital teria sido atingido. As duas agências são ligadas ao Corpo de Guardas da Revolução Iraniana (IRGC).
O ataque de Israel veio após o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, culpar diretamente o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, pelos ataques a civis. “Os moradores de Teerã pagarão o preço”, afirmou, acusando Khamenei de tentar “intimidar” Israel atacando áreas residenciais.
Katz chamou o aiatolá de “assassino covarde” e “ditador fanfarrão”, e prometeu uma resposta “em breve” – o que parece estar acontecendo agora.
No domingo, as forças israelenses haviam empreendido uma nova ofensiva contra o Irã e atingido uma instalação de gás natural.
Execução de suposto espião do Mossad
Em meio à escalada militar, o Irã anunciou a execução de Esmaeil Fekri, acusado de atuar como espião para a agência de inteligência israelense Mossad. Segundo a agência iraniana Mizan, Fekri foi preso em novembro de 2023 e teria se reunido com agentes do Mossad, repassando informações confidenciais. O governo iraniano, porém, não detalhou sua posição ou como teve acesso a esses dados.
Efeitos no mercado
Apesar da intensidade dos ataques no fim de semana, os preços do petróleo se mantiveram estáveis até esta segunda-feira. Analistas apontam que, por ora, não há impacto direto nas exportações da região pelo Estreito de Ormuz, que responde por cerca de um terço da produção mundial.
O conflito ganhou destaque nas discussões da cúpula do G7, que ocorre no Canadá nesta terça-feira (17), onde líderes globais prometeram priorizar esforços diplomáticos para evitar uma escalada ainda maior.
Enquanto isso, o Irã pediu ao Conselho de Segurança da ONU que condene formalmente os ataques israelenses. Para Teerã, qualquer omissão dos Estados Unidos — membro permanente do conselho e aliado de Israel — seria “inaceitável”.
(com BBC e New York Times)
Equipes de emergência trabalham em um local atingido por um ataque de mísseis do Irã contra Israel, em Tel Aviv, Israel, em 16 de junho de 2025 (Foto: REUTERS/Ronen Zvulun)
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