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Jair Bolsonaro faz discurso eleitoral a apoiadores em Londres, para onde viajou para participar do funeral da rainha Elizabeth II (Foto: Reprodução/Facebook)Jair Bolsonaro faz discurso eleitoral a apoiadores em Londres, para onde viajou para participar do funeral da rainha Elizabeth II (Foto: Reprodução/Facebook)

Sem encontros com os principais líderes do mundo e rejeitado por democracias, o presidente Jair Bolsonaro irá usar sua viagem para Nova Iorque nesta terça-feira para mobilizar a extrema-direita mundial. O brasileiro estará nos EUA para a abertura da Assembleia Geral da ONU e, apesar de discursar minutos antes de Joe Biden, não terá um encontro com o americano.

Segundo o Itamaraty, na agenda de Bolsonaro estão os presidentes do Equador, Guillermo Lasso; da Guatemala, Alejandro Giammattei; da Polônia, Andrzej Duda; e da Sérvia, Aleksandar Vucic.

Todos representam governos ultraconservadores ou líderes da extrema-direita em seus respectivos países, com agendas polêmicas e questionados por democratas europeus. Trata-se ainda de um grupo insignificante para o comércio exterior do país, para a inserção diplomática, para questões geopolíticas e para o fluxo de investimentos.

No caso da Guatemala, o país centro-americano foi um dos novos membros da aliança costurada pelo Brasil para defender pautas reacionárias no cenário internacional e na ONU. Giammattei aderiu ao Consenso de Genebra, bloco liderado pelo Brasil e que tem como objetivo lutar contra qualquer referência à educação sexual ou saúde reprodutiva nos organismos internacionais. O motivo seria a brecha que isso poderia abrir ao aborto.

A adesão da Guatemala ocorreu depois de um trabalho da diplomacia paralela do Brasil, liderada pela secretária da Família, Angela Gandra. Para muitos dentro do próprio governo, ela tem atuado como uma espécie de "chanceler sombra".

Um encontro com o polonês Duda também está previsto. O governo de Varsóvia é considerado como um dos pilares da extrema-direita na Europa, acusado de minar a independência do Judiciário e de adotar políticas contrárias aos direitos do movimento LGBTI.

No retorno de sua visita ao presidente russo Vladimir Putin, Bolsonaro esperava fazer uma parada na Polônia, em fevereiro deste ano. Mas Varsóvia optou por se afastar dos aliados da Rússia e sinalizou que o encontro não seria adequado. Mas os poloneses continuam sendo um dos principais pilares do movimento de extrema-direita no mundo, com entidades em Varsóvia mantendo relações privilegiadas com membros do governo Bolsonaro.

A relação com o Equador também tem um pilar na pauta de valores. O governo brasileiro tanta costurar a adesão de Quito ao bloco do Consenso de Genebra, inclusive para minimizar o impacto que teve a saída da Colômbia do grupo depois da vitória do campo progressista em Bogotá. Lasso é, de fato, um dos últimos aliados ideológicos do bolsonarismo na América do Sul.

Já no caso da Sérvia, o encontro também marca uma tentativa de aproximação com um dos países marcados por uma profunda deterioração da democracia.

Há poucos dias, Vucic cancelou a parada gay em Belgrado, atendendo à pressão de grupos religiosos. Em 1995, ainda como deputado, ele prometeu na guerra da Bósnia que, para cada sérvio morto, Belgrado mataria 100 muçulmanos. Três anos depois, ele assumiu o cargo de ministro da Informação no governo de Slobodan Milosevic, julgado no Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra.

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