Depois de 10 anos, o evento náutico que é considerado a “Fórmula 1 dos mares” terá novamente como ponto de chegada a cidade de Salvador. Disputada em quatro categorias e com veleiros que podem chegar a uma velocidade de 40 nós (aproximadamente 75 km/h), a regata internacional Transat Jacques Vabre vai colorir ainda mais as águas da Baía de Todos-os-Santos a partir do dia 12 de novembro, quando devem chegar por aqui às embarcações oriundas da cidade de Le Havre, na França, após terem percorrido os mais de 8 mil quilômetros que separam os locais.
Para celebrar esse retorno, uma coletiva de imprensa foi realizada na manhã da última sexta-feira (1º), no Yacht Clube da Bahia (YCB), na Barra. O evento contou com as presenças do Comodoro do Yacht e Vice-Presidente da Tribuna da Bahia, Marcelo Sacramento; Gildas Gautier, diretor geral da Transat Jacques Vabre; o Secretário estadual de Turismo (Setur), José Alves; e Cláudio Tinoco, Secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult).
Pela quinta vez, a capital baiana será o ponto de chegada dos veleiros que vão deixar a França no dia 5, quando ocorre a largada. Além de Salvador, recordista no número de participações, as outras cidades que receberam a regata internacional em outras edições, que acontecem de dois em dois anos, desde 1993, foram: Cartagena, na Colômbia – que também pleiteou a edição deste ano –, Puerto Limón, na Costa Rica, e Itajaí, em Santa Catarina, aqui no Brasil.
Normalmente disputada em duplas em cada embarcação, a Transat sempre parte da cidade de Le Havre com destino a um país produtor de café, característica que lhe rendeu o apelido de “Rota do Café” entre a Europa e as Américas. Para este ano, serão 41 participantes ao todo, de países como França, Japão, Alemanha e Grã-Bretanha. O Brasil estará representado na categoria Class 40, com o baiano Leonardo Chicourel. Ele fará dupla com o angolano José Guilherme Caldas. Além deles, outras 19 duplas também vão disputar o título.
Para Gildas Gautier, o engajamento e a soma de esforços realizados pelos entes envolvidos no projeto fizeram com que a capital baiana voltasse a sediar novamente a regata internacional, o que não ocorria desde 2007. Segundo ele, o percurso, apesar de simbólico, é considerado exigente para os velejadores. O diretor geral da Transat Jacques Vabre também mencionou o fato de estarem na competição os maiores barcos de vela oceânica do mundo e fez elogios a Baía de Todos-os-Santos.
“Salvador da Bahia representa uma rota histórica do comércio do café e a Baía de Todos-os-Santos é um lugar fabuloso para a chegada de uma regata oceânica. Nós esperamos para essa edição uma verdadeira festa popular de grande sucesso graças ao engajamento do Governo do Estado da Bahia e da Prefeitura de Salvador, além do apoio do Yacht Clube da Bahia. Temos certeza de que os velejadores que ousarão cruzar o Atlântico ficarão emocionados ao ver o calor da recepção em Salvador”, disse.
Para o Comodoro Marcelo Sacramento, a volta da Transat Jacques Vabre para Salvador traz um “enriquecimento técnico fantástico” para a vela da Bahia. “Nós teremos em Le Havre alguns técnicos nossos de vela, na largada. Aqui, na recepção, teremos toda a estrutura do Yacht Clube para receber os atletas, desde a parte de finalizações, botes, marinheiros e juízes, toda a estrutura que você precisa para receber esse nível de embarcações e esse porte de velejadores, que estão na elite mundial da vela. É um momento de muita felicidade para a Bahia, para o Yacht e a cidade de Salvador estar vivendo esse momento”, contou.
Ele aproveitou também para falar sobre os resultados obtidos pelo YCB nas competições de vela em que existem atletas do clube envolvidos e da estrutura do clube para a prática do esporte. “o Yacht é um dos quatro centros de excelência de vela na América Latina, ensinando e praticando em nível semelhante aos centros de excelência que existem no mundo, sendo que nos últimos dois anos conquistamos campeonatos mundiais, além de campeonatos brasileiros”, destacou.
Estrutura
A expectativa é a de que mais de mil pessoas – entre velejadores, jornalistas estrangeiros e outras pessoas envolvidas como o evento – permaneçam em Salvador, assim que chegarem, até o dia 24 do mesmo mês. Para atender a esse público, a Prefeitura de Salvador e o Governo do Estado uniram forças para montar uma estrutura de suporte e, ao mesmo tempo, divulgar não apenas a cidade, como também os principais destinos turísticos da Bahia para aqueles que estiverem aqui.
“No caderno de encargos nós temos por obrigação implantar uma Vila da Regata, que vai ficar exatamente nas proximidades do cais de atracação. A finalidade não será apenas a de recepcionar os velejadores e suas equipes, mas também para oferecer também, a população local, a oportunidade de estar mais próximo deste evento. Além disso, nós vamos aproveitar a presença dos estrangeiros aqui para que eles possam levar uma mensagem a estudantes de escolas públicas, a exemplo das EscoLabs, assim como levá-los aos nossos principais pontos turísticos”, disse Cláudio Tinoco.
Outras ações, como um receptivo no Terminal Marítimo, além de premiações que serão feitas em locais ainda não definidos, também foram salientadas por José Alves, secretário estadual de turismo. Ele ressaltou – assim como Tinoco – a importância da união entre estado e município para colocar Salvador e a Bahia, por sua vez, mais fortes dentro do cenário turístico nacional e internacional.
“Essa não será a primeira nem a última oportunidade que vai surgir e nós queremos que isso aconteça várias vezes. O Estado tem por obrigação fazer todos os eventos, independente da cor partidária. A política, nesse momento, fica relegada a segundo e a terceiro planos. O que importa é o resultado que isso traz para a Bahia e para Salvador. Isso inclusive tem sido orientação dada pelo Governador Rui Costa”, comentou.
Por último, o Vice-Presidente da TB pontuou a importância do evento no sentido, tanto do desenvolvimento do esporte náutico, como no fomento disso para o turismo. “Só de jornalistas cobrindo o evento são mais de 150 do mundo inteiro. Isso vai trazer uma maior visibilidade, não apenas para a cidade, o estado e a Baía, como também para a atração de novas regatas, inclusive mundiais. Fomentar isso significa a geração de emprego, de renda e de mais pessoas praticando o esporte, principalmente na segunda maior baía do mundo e sem dúvida uma das mais belas”, finalizou Sacramento.
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