Meio-campo clássico, camisa 10, canhoto, habilidoso, boa bola parada, boa técnica. As características apresentadas se referem a uma peça rara no futebol. Privilegiado, o Bahia tem dois jogadores desse tipo, semelhantes em muitos aspectos, mas com algumas diferenças determinantes.
“Cajá é um grande jogador. É um jogador que cadencia mais o jogo, procura mais o passe. Tenho essa característica também, mas sou mais agressivo. Não que ele não seja. Eu pego a bola e parto para cima e procuro a individualidade. Eu gosto mais de ir pra cima e fazer a jogada”, compara-se Régis.
Pode-se dizer que Régis e Renato Cajá disputam uma única posição no esquema tático padrão de Guto Ferreira, que, desde que chegou, demonstrou preferência pelo primeiro enquanto titular. Cajá participou de 28 jogos pelo tricolor na Série B e em todos eles começou jogando. Fez três gols e deu três assistências.
Já Régis é literalmente o 12º jogador do time. Das 22 partidas em que atuou, em 19 ele saiu do banco de reservas e é justamente assim que tem conseguido ajudar o Bahia. Já são quatro gols e quatro assistências, todos entrando no decorrer dos jogos. Nas únicas três vezes em que foi titular, foram duas derrotas para Brasil de Pelotas (2x1) e Londrina (2x1) e um empate com o Náutico (0x0).
Ou seja: o reserva fez mais gols e deu mais assistências que o titular, mesmo tendo jogado quase três vezes menos. Foram 724 minutos de Régis em campo e 2.078 de Cajá. Mas não rendeu o esperado quando teve a chance desde o início.
Apesar do que os números mostram, Régis afirma que, para ele, ser titular ou reserva é indiferente. “Deixo isso a critério do professor, que sabe dizer melhor do que eu. Minha função é trabalhar e procurar desenvolver meu melhor futebol, sempre em prol da equipe. Independente de entrar jogando ou no decorrer, para mim é a mesma coisa. Tem que estar preparado”, disse.
Apesar de estar sendo considerado o talismã da equipe, Régis sabe que junto com os elogios e pedidos do torcedor para que ele entre em campo durante as partidas na Fonte Nova, vem a responsabilidade de não poder decepcionar. “Fico feliz por acreditar no meu futebol. Dali para fora, eles fazem a parte deles. A gente tem que estar bem concentrado no que o professor nos orienta e entrar com foco total no jogo para desempenhar o melhor futebol e ajudar a equipe a conquistar o resultado positivo”, afirmou.
No Sport foi assim
O curioso é que não é somente no Bahia que Régis se notabiliza como “reserva de luxo”. Ano passado, quando disputava a Série A pelo Sport, então comandado por Eduardo Baptista, Régis também costumava mudar a história dos jogos saindo do banco.
Ele disputou 26 jogos pelo rubro-negro pernambucano no Brasileirão de 2015, sendo apenas cinco como titular e 21 entrando no decorrer das partidas. Anotou três gols e deu duas assistências, nenhum quando começou jogando.
Importante lembrar que tanto Régis e Renato Cajá têm contrato com o tricolor até o final de 2017, o que significa dizer que a dor de cabeça do técnico Guto Ferreira, caso ele siga no cargo, poderá permanecer ainda por um longo período.
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