O presidente interino Michel Temer está sendo pressionado a atuar na substituição do presidente da mineradora Vale, Murilo Ferreira, principal mineradora de ferro do mundo.
Segundo reportagem do Valor Econômico desta quinta-feira, 2, o principal motivo da troca de comando na empresa é que Ferreira é ligado à presidente afastada Dilma Rousseff e ao seu ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
A Vale é controlada pelos fundos de pensão Previ, Petros, Funcef e Fundação Cesp, reunidos na holding Litel Participações, pela BNDESPar, por Bradespar (holding do Banco Bradesco) e pela trading japonesa Mitsui. Esse grupo de acionistas está representado por meio da Valepar, dona de 53% das ações com direito a voto da companhia.
Segundo o Valor, Temer está sendo pressionado a trocar o comando da empresa, especialmente pelo PMDB de Minas Gerais, mas ainda não tem uma decisão sobre a mudança. O PMDB mineiro está à frente do movimento político pela substituição do executivo, mas segundo interlocutores do presidente interino a insatisfação com a Vale é manifestada também por outros setores, inclusive da sociedade mineira.
Entre as críticas à gestão de Ferreira está o comportamento da companhia durante o acidente ambiental da Samarco, empresa controlada pela Vale em uma joint venture com a anglo-australiana BHP Billiton, De acordo com interlocutores de Temer, a Vale tratou de "maneira incompetente" a crise de Mariana (MG), fruto do desastre ambiental provocado pelo rompimento de uma barragem para tratamento de rejeitos de minério de ferro.
Michel Temer ainda não teria tomado uma posição sobre a mudança na Vale. Isso implica negociação com o Bradesco, um dos acionistas da empresa. As especulações em torno de nomes, por enquanto, ocorreriam do lado de fora do Palácio do Jaburu.
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