Luiz Felipe de Oliveira Conceição, vítima da negligência da prefeitura de Camaçari, segundo a AGMAC. (Foto: Reprodução)
Infelizmente, uma tragédia anunciada: a vida do jovem Luiz Felipe de Oliveira Conceição, vítima de um afogamento no último domingo (17) em Jauá, poderia ter sido salva se o efetivo de guarda-vidas tivesse sido mantido pela Prefeitura. A confirmação foi passada pelo presidente da Associação dos Guarda-vidas de Camaçari (AGMAC), Edevaldo da Silva Souza, em entrevista ao Camaçari Fatos e Fotos (CFF).
Questionado sobre a possibilidade de um resgate bem sucedido, nas condições do acidente, Souza foi enfático ao afirmar que, se houvesse guarda-vidas no local, o desfecho da cena teria sido diferente. “Nas nossas praias têm muitos locais com corrente de retorno, mas os profissionais são treinados para lidar com qualquer situação, seja a corrente de retorno, seja o mar revolto. O treinamento dos profissionais é constante e amplo. Se tivesse o guarda-vidas ali, com certeza ele teria sido salvo”, declarou.
Ainda de acordo com Souza, o trecho onde houve o acidente tinha um posto de guarda-vidas que foi desativado no dia 02 de novembro, após a Prefeitura de Camaçari reduzir o contrato com a Servig, prestadora de serviços responsável pela contratação de profissionais e manutenção dos postos.
Atualmente, além de não ter cobertura profissional, o local sequer está sinalizado como área de risco.
O presidente da AGMAC, órgão responsável pelo treinamento de todos os guarda-vidas que atuam no litoral camaçariense, também falou sobre a importância dos primeiros socorros adequados. “Tirar do mar é apenas o primeiro passo para preservar uma vida. Os profissionais recebem treinamento de primeiros socorros e suporte básico de vida.”, explicou.
No caso de Luiz Felipe, banhistas que presenciaram o acidente tentaram prestar auxílio após ele ser retirado do mar, mas sem sucesso. Um guarda-vidas chegou a ser enviado ao local, saindo do posto de Sororoca, mas o tempo entre o acidente e a chegada do profissional foi maior do que o jovem pode suportar.
Com isso, Luiz Felipe é a primeira vítima fatal confirmada depois da redução dos serviços básicos em Camaçari após a derrota do candidato do prefeito, Flávio Matos (União Brasil). Se nenhuma providência for tomada, alerta Souza, haverá outras mortes.
Alerta
“As pessoas que vêm passear nas praias de Camaçari não sabem o que está acontecendo, não sabem dos riscos. Elas pensam que é seguro. E agora em dezembro a procura aumenta. Se nada for feito, até o fim do verão teremos outras vítimas. Nós temos profissionais treinados o suficiente e estamos treinando mais 62 homens. Estamos à disposição, só precisa que alguma providência seja tomada”, alerta Souza.
Desde o corte no efetivo de guarda-vidas, Souza tem usado as redes sociais para tentar alertar a população, mas sem sucesso. “Se não for tomada nenhuma providência, vão acontecer outros acidentes fatais e mais vidas serão perdidas. Nós estamos chamando atenção, mas ninguém está nos ouvindo”, lamenta ele.
Presidente da Associação dos Guarda-vidas de Camaçari (AGMAC), Edevaldo da Silva Souza - Foto: Arquivo pessoal
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