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Enterro do engenheiro civil e ciclista Phillipe Mafra foi marcado por homenagem de amigos (Foto: Arisson Marinho/Correio)Enterro do engenheiro civil e ciclista Phillipe Mafra foi marcado por homenagem de amigos (Foto: Arisson Marinho/Correio)

Um túnel feito de rodas de bicicleta foi erguido durante a saída do corpo do engenheiro civil e ciclista Phillipe Appio Chaves Mafra da sala de velório do Cemitério Jardim da Saudade, na tarde desta segunda-feira (15). A iniciativa, realizada por amigos de ciclismo, foi a última homenagem prestada a Phillipe, que morreu atropelado por um carro no Km 01 da via, no trecho que liga as cidades de Candeias e Camaçari, enquanto realizava um treino na BA-524, na manhã do último domingo (14). O suspeito fugiu sempre prestar socorro.

Durante o enterro, circulou a notícia de que o suspeito do crime já foi preso. A informação não foi confirmada pela Polícia Civil, que disse que não há atualizações do caso.

A despedida do ciclista reuniu centenas de pessoas, entre amigos, familiares, colegas de profissão e de esporte. Bastante emocionados, os amigos puxaram palmas enquanto o corpo do amigo passava pelo túnel. Antes desse momento, alguns deles relembraram as histórias vivenciadas com Phillipe, que desde sempre ficou conhecido pelo amor que tinha por pedalar. Esse foi o caso do engenheiro civil e ciclista Matheus Trindade, 33 anos, amigo de infância de Phillipe.

“Ele era como um irmão. Crescemos juntos, meu irmão é casado com a irmã dele, então sempre fomos muito próximos. Na época do colégio, ele não era da minha sala, mas sempre nos encontrávamos nos intervalos. Iniciamos juntos no ciclismo ainda na infância, em Rio de Contas. Sempre andamos de bicicleta por lá. Em Salvador, foi em 2015 que começamos a pedalar e virou essa paixão”, contou, bastante emocionado.

O pai Cléber Mafra lembrou que sempre foi missão impossível convencer o filho a largar o hobby. "Ele era um empresário e não parava, só que tinha um hobby, que era a bike. Eu falava com ele ‘Phillipe, você está com tanta coisa, com tanto trabalho, por que você não deixa a bike lá?’ e ele respondia ‘Meu pai, isso é a minha válvula de escape’. Eu, como pai, sempre orei todo dia para que não acontecesse isso [um acidente], mas chegou um dia que aconteceu”, lamentou.

“É um sofrimento de uma família. A justiça não vai devolver o convívio com meu filho, as minhas tardes de domingo com a família toda tocando violão. Nossa família sempre foi muito unida e, diante desse fato, a justiça é uma grande interrogação. Não foi um crime culposo, foi um crime doloso pelos erros cometidos pelo motorista. Pelas sinalizações, ele assumiu o risco de atingir alguém. Então, eu peço que Deus nos dê conforto, porque a justiça não vai dar a volta do meu filho. Eu vou esperar que ela [a justiça] aja, mas sem rancor e sem ódio, porque são essas coisas que matam o mundo e o ser humano”, completou Cléber Mafra.

Após uma caminhada silenciosa até o jazigo, o corpo do engenheiro e ciclista foi enterrado por volta das 17h. Os familiares acompanharam o momento até o final, mas, bastante abalada, a esposa foi uma das primeiras a sair do cemitério.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro

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