Idosos de comunidades da orla estão sendo obrigados a pagar passagem para conseguir chegar na sede do município (Foto: Reprodução)
Com a crise instalada no transporte público de Camaçari, que beira o colapso total, e a falta de ação da prefeitura, idosos de comunidades da orla, que de acordo com a legislação brasileira têm direito a gratuidade, estão sendo obrigados a pagar passagem para conseguir chegar na sede do município.
A informação foi passado ao Camaçari Fatos e Fotos (CFF) pelo vereador Vavau (PSB), em conversa com a equipe nesta quinta-feira (11). De acordo com o vereador, o relato é de moradores da Boa Esperança, Estrada Velha de Monte Gordo.
"Estive em reunião na comunidade nesta semana e lá tem muitos idosos. Eles me falaram que estão tendo que gastar o pouco que tem até para conseguir no banco. Se não tiver com dinheiro não mão, na mão mesmo... Se não sacudir o dinheiro pra mostrar que tem, o carro nem para. O cobrador já vem de longe dizendo que está cheio, que já tem dois", conta o vereador.
O estatuto do idoso, lei 10.741/2003, prevê a reserva de 10% dos assentos para idosos a partir dos 65 anos, em transporte coletivo urbano. Então, ao se negar a levar mais de dois idosos com gratuidade, os motoristas não estão exatamente descumprindo a lei, por mais absurda que a situação possa parecer.
Na outra ponta está outro absurdo: de acordo com o presidente da Coooperuniao, Cleidson Borges, motoristas e cobradores estão trabalhando o dia inteiro e voltando para casa com R$ 15 - você leu certo, quinze reais. Para muitos, a situação é de falta de alimentos em casa.
"A passagem está a R$ 3,60 há três anos; o litro do diesel agora é R$ 5,97. Eles recebem por comissão e o pouco que fazem no dia precisam abastecer o carro, senão não roda. No final do dia, muitos mal conseguem levar o pão para casa", revelou Cleidson.
O vereador Vavau disse não conseguir entender como o governo deixou a situação do transporte público em Camaçari chegar na situação atual. "Com uma arrecadação de R$ 1 bilhão, a gente não entende porque o problema ainda continua. Nosso desejo é que Ministério Público (MP-BA) entre com uma ação enérgica para forçar a prefeitura a resolver essa desorganização no município", concluiu.
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