O vice-prefeito de Camaçari, José Eldoro dos Reis Tude, concedeu entrevista, na tarde desta terça-feira, 26, ao programa Conectado, comandado pelo radialista Roque Santos
Pelo nervosismo e pelas respostas mitigadas, se o recém lançado programa Conectado, comandado pelo radialista Roque Santos, da rádio Sucesso FM, que vem entrevistando personalidades políticas da cidade, exibido na tarde desta terça-feira, 26, numa Live, no Facebook, usasse um polígrafo, equipamento usado pela polícia em tomada de depoimentos, carinhosamente chamado de "detector de mentira", certamente que o vice-prefeito de Camaçari, José Eldoro dos Reis Tude, seria reprovado pelo aparelho na maioria das respostas que deu ao entrevistador.
A entrevista durou mais de uma hora e as únicas verdades que um polígrafo identificaria, além da observação às modernas instalações do Studio, que chamou a atenção do entrevistado, o que indica que "por lá" a coisa anda muito bem apesar da crise, teriam sido às afirmativas de que o governo do prefeito Antônio Elinaldo (DEM), precisa passar por uma reforma administrativa; que a gestão aumentará a quantidade de secretarias; que por sugestão sua a prefeitura trará "à liberdade" a secretaria de Habitação; e que também por sugestão sua a secretaria de Turismo, comandada por sua filha, Márcia Tude, hoje subordinada à secretária de Desenvolvimento Urbano, vai se tornar independente.
E ainda, fazendo justiça, entre as verdade ditas pelo vice-prefeito, também está a afirmativa de que, chamando isso de "detalhe", ele não se opõe a que a prefeitura contrate profissionais "de outras cidades" para ocupar essas secretarias a serem criadas - ainda que os colaboradores de campanha da sua agremiação não goste nada de saber dessa 'verdade'; e os serviços públicos estarem "estacionados" quando eles assumiram. Mas como a pergunta sobre o freio-de-mão ter sido puxado, travando as rodas dos serviços ainda mais, depois de Elinaldo assumir, se tivesse sido feita naturalmente que o polígrafo dispararia.
Entre as afirmações que um detector de mentiras acusaria a luz vermelha nas respostas do vice-prefeito à perguntas feitas estão a atenção que a prefeitura estaria dando às escolas; à "arrumação da casa" que teria acontecido com "alguns meses" da gestão; a afirmação de que a Saúde estaria tendo a devida atenção (fato desmentido como que por antecedência pelo secretário da pasta, Elias Natan, na mesma emissora de rádio na última sexta-feira 22); e a afirmação, considerada escabrosa por quem souber, de que o governo Elinaldo estaria tendo "a aprovação da população".
O vice prefeito teria problemas com o detector de mentiras também quando, assim como foi direto em dizer que os ex-prefeitos Ademar Delgado e Luiz Caetano parece ter combinado com os ex-presidentes Lula e Dilma para "serem um desastre" em suas gestões, quando se enrolou todo frente à perguntas que foram na direção do seu correligionário político, o presidente Michel Temer, ter cometido crimes contra o país estando na direção da nação, chegando a considera-lo 'inocente' até o momento.
Outro ponto onde o vice prefeito, que se colocou como paladino da justiça e salvador da pátria, ou melhor, da cidade, caso a pergunta dum ouvinte, sobre "a falência da Beltran" (que na época da sua gestão teria falido por falta de pagamento depois de ter construído o Centro Administrativo – carinhosamente conhecido como os prédios verde, vermelho, e azul) lhe fosse feita, já que ele abordou a questão "má gestão", se apertaria frente ao polígrafo, teria sido como ele avaliaria o fato de, passados quase 20 anos da sua gestão, em que construiu o Centro Comercial e o Viaduto do Trabalhador, a prefeitura pagar ainda hoje, mensalmente, uma fortuna do empréstimo tomado para construção desses equipamentos.
O poligrafo não teria resistido também à resposta dada sobre a pergunta de onde o prefeito Elinaldo "errou até agora", quando o vice-prefeito disse que "em ele ter um coração tão grande", anuindo assim em absoluto, como "acertos" todos os tropeços que a prefeitura tem experimentado até então.
Mas se o programa realmente fizesse uso desse equipamento que indica uma verdade ou mentira dita diante de perguntas feitas, o ápice da atenção dos telespectadores, sem dúvida alguma estaria no momento em que o entrevistador perguntou ao peemedebista José Eldoro do Reis Tude, se ele teria recebido do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), para sua a campanha "algum dinheiro" dos 51 milhões de reais apreendidos pela polícia federal em Salvador, quando ele, 'naturalmente que dizendo a verdade', respondeu que "nem um centavo".
Mas, apesar da qualidade do programa e das modernas instalações, o entrevistador também deixou a desejar, ainda que tenha jogado umas "cascas de banana", como ele mesmo disse, quando não questionou ao vice-prefeito Tude, sobre os contratos opulentos firmados com dispensa de licitação, tão questionados pela população; sobre pagamentos milionários, um deles de mais de 5 milhões de reais, feito fora de hora, ou melhor, em 24 horas, com liquidação em pleno dia de sábado, segundo o site Camaçari Alerta, com exibição de vasta comprovação documental; e sobre como ele explicaria a cidade gritando por ações efetivas e elementares da gestão, enquanto a prefeitura guarda no banco quase meio bilhão de reais.
Outra pergunta que deixaria excêntrico o detector de mentiras, se o entrevistador tivesse feito, teria sido sobre como o vice prefeito avaliaria o tratamento que o governo tem dado ao funcionalismo público municipal.
Mas quem de fato tem a avaliação da gestão e das respostas do vice-prefeito Tude ao radialista Roque Santos, é a população, que aliás não parava de chama-lo de "mentiroso" e que "meu voto tu não tem", com referência à candidatura do vice-prefeito à deputado estadual ano que vem. E para não ser acusado de injusto o Camaçari Fatos e Fotos (CFF), que ainda não viu chegar o dia que publicará aqui os efetivos acertos da prefeitura na gestão da cidade, publica à baixo a impressão de quem assistiu e opinou sobre a entrevista.
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Reação do público durante a entrevista
Reação do público durante a entrevista II
Reação do público durante a entrevista III
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