Correio pertence à Rede Bahia, que pertence à ACM Neto e família, que está em forte campanha para desqualificar o governador Jerônimo Rodrigues (PT) (Foto: Montagem)
A Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) divulgou nota nesta terça-feira (4) acusando o jornal *Correio* de desinformar a população ao afirmar que 40% dos municípios baianos enfrentam desabastecimento de vacinas. A crítica da pasta se refere a uma série de matérias publicadas nesta quarta (4) pelo veículo, baseadas em levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que apontam escassez de imunizantes em 45 cidades baianas — o equivalente a 40% dos 112 municípios que participaram voluntariamente da pesquisa.
De acordo com a Sesab, os dados usados pelo jornal não representam a realidade do estado. A secretaria afirma que os estoques estaduais estão abastecidos e que a distribuição para os municípios ocorre regularmente, conforme pactuação com o Ministério da Saúde.
"A reportagem, baseada em uma amostragem voluntária e não representativa, induz à desinformação e ignora o posicionamento técnico da própria autoridade sanitária estadual", diz a nota. Para a Sesab, a publicação de manchete “sensacionalista” sem ouvir a versão oficial do governo atenta contra a confiança da população no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e prejudica os esforços de retomada das altas coberturas vacinais.
Além da matéria principal, intitulada “Bahia: 40% dos municípios estão com desabastecimento de vacinas”, o Correio também publicou outros dois conteúdos na manhã desta quarta, todos com base na mesma pesquisa: “Bahia está entre os 10 estados com maior desabastecimento de vacinas do país” e “Varicela e Tetra viral: veja quais são as vacinas que estão em falta no estado”.
A crítica do governo estadual não se restringe à abordagem da imprensa. Em entrevista ao próprio Correio, o presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES-BA), Marcos Sampaio, também questionou a narrativa de desabastecimento. Ele afirmou que não há registros formais de falta de vacinas no estado e que alguns municípios, inclusive, têm deixado de buscar as remessas enviadas, como no caso da Influenza e da Covid-19.
Sampaio, no entanto, reconheceu limitações na transparência do sistema de informação da saúde pública. “Pode haver necessidade pontual de alguma vacina específica, mas são casos que podem ser ajustados com substituições. Falar em desabastecimento generalizado é impreciso”, disse. Ele pediu que secretarias municipais comuniquem qualquer dificuldade para permitir a reorganização da estratégia vacinal.
O que diz a pesquisa
A equipe do Camaçari Fatos e Fotos (CFF) consultou a pesquisa da CNM, citada pelo Correio. O relatório, que tem 16 páginas e abrange dados do pais todo, aponta que o levantamento foi realizado entre 11 de abril e 14 de maio deste ano com 1.490 municípios, o que representa 26,7% do total de cidades brasileiras. Na Bahia, participaram 112 municípios - cerca de 27% do total no estado. A CNM admite que a amostragem é voluntária e que os percentuais podem estar inflacionados, já que nem todos os municípios participaram das três edições do levantamento.
Ainda segundo a pesquisa, na Bahia, apenas 49 municípios participaram das três edições. Destes, 63% indicaram melhora no abastecimento e 35% relataram piora. O relatório reconhece que parte dos municípios que participaram das edições anteriores não respondeu à pesquisa atual, o que pode afetar a consistência dos dados e “deve ser interpretado com cautela”.
A CNM também ressalta que a pesquisa reflete o cenário *no momento da coleta dos dados* e que a maior ausência de vacinas relatada no estado foi da varicela e da tetra viral.
Ministério da Saúde e contexto nacional
Em nota ao jornal, o Ministério da Saúde reafirmou que mantém cronograma regular de entrega de vacinas aos estados, e que os estoques são definidos junto aos gestores municipais. A pasta reconheceu dificuldades pontuais na aquisição de algumas vacinas, como a varicela, devido a questões logísticas e de fabricação, mas garantiu que já foram entregues 2 milhões de doses em 2025, com previsão de novas remessas.
Desde 2023, o governo federal tem reforçado estratégias de mobilização nacional para elevar a cobertura vacinal, como o Dia D e campanhas em escolas públicas. Dados da pasta apontam crescimento nas taxas de imunização infantil.
De olho em 2026?
Um ponto muito importante que não entrou em debate, porque não cabe à Sesab apontar (mas cabe nesta matéria), são os objetivos desse ataque ao governo, principalmente quando o próprio estudo usado como base aponta que os dados devem ser avaliados com cautela e apontam a melhoria de um problema nacional que vem sendo monitorado desde a pandemia.
Nesse cenário, vale lembrar que o Correio pertence à Rede Bahia, que pertence à ACM Neto e família, que está em forte campanha para desqualificar o governador Jerônimo Rodrigues (PT), na esperança de, dessa vez, conseguir se eleger ao tão sonhado posto de herdeiro político do seu avô.
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