Lucas Terra, filho de Marion, foi estuprado, assassinado e teve seu corpo carbonizado ainda em 2001, quando tinha apenas 14 anos (Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO)
Fernando Aparecido da Silva e Joel Macedo, pastores acusados no caso, vão a julgamento nesta terça-feira (25)
O fim de uma espera que já dura mais de 22 anos. É isso que o início do júri popular dos pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Macedo, nesta terça-feira (25) no Fórum Ruy Barbosa, significa para Marion Terra. Os dois são acusados de envolvimento na morte de Lucas Terra, filho de Marion que foi estuprado, assassinado e teve seu corpo carbonizado ainda em 2001, quando tinha apenas 14 anos.
O júri popular que julgará os dois pastores será formado por sete pessoas sorteadas dentre 25 disponíveis. A expectativa é de um julgamento longo que pode durar até quatro dias.
Para Marion, ao longo desse tempo, a Justiça caminhou na contramão, o que ela espera que acabe com o julgamento. "Que se feche o ciclo de impunidade, que os dois que são pedófilos e assassinos sentem no banco dos réus e escutem a pena máxima do júri porque é isso que merecem. São criminosos travestidos de pastores", diz Marion, antes do início do júri.
Ela também lembrou do anseio da família por justiça e o empenho de Carlos Terra, pai de Lucas que faleceu antes que os pastores fossem julgados. "É um processo muito desgastante, em que nós colocamos todas as nossas forças para que houvesse Justiça. Houve momentos que eu e Carlos parecíamos os criminosos, não encontramos apoio. Isso começa a acabar hoje aqui", fala ela.
Gilberto Batista é advogado da família desde 2019, quando o processo estava no Supremo Tribunal Federal (STF) correndo risco de prescrever. Ele destaca o quanto uma espera tão longa pune a quem busca por justiça. "Quando a espera é tão longa assim, quem senta no banco dos réus é a família. Isso porque a família não tem uma resposta da Justiça e o que se busca hoje aqui é justamente isso", fala o advogado.
Batista explica ainda por quais crimes vão ser julgados e em que contexto a família poderia recorrer do que for decidido em júri. "Eles são julgados por homicídio e também por ocultação de cadáver, que foi o que houve após o crime. A decisão do júri se são culpados ou não é soberano, mas o tempo de prisão decidido não e é no que podemos recorrer em caso de insatisfação", completa ele.
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