A Justiça Federal da Bahia condenou o tanzaniano Ahmed Abdallah Ayoub por envolvimento em tráfico de entorpecentes. Ayoub aliciava pessoas para o transporte de drogas à Europa e custeava suas viagens. Ele costumava pagar de R$ 10 mil a R$ 15 mil reais aos aliciados a cada viagem realizada. As investigações chegaram ao nome de Ayoub após a prisão em flagrante de Silvana dos Santos Oliveira no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador.
Ela tentava embarcar com 2kg de cápsulas de cocaína em seu organismo para Amsterdã, na Holanda, e apontou o réu como seu aliciador. Silvana informou que conhecia o tanzaniano há cerca de um ano e que ele já lhe havia financiado uma viagem à Lisboa, em Portugal, para conhecer outro componente da organização. A participação do réu no esquema acontecia em São Paulo. Para essa última viagem, Ayoub levou-a a Taboão da Serra/SP, onde ofereceu-lhe 4.500 euros pelo serviço e ajudou-a a ingerir as mais de 100 cápsulas de cocaína.
O tanzaniano era conhecido também como “Baba”, “Luke” ou “Mike”. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA), o réu integrava organização criminosa transnacional especializada no tráfico de cocaína, a qual havia sido descoberta a partir de levantamentos realizados pela Operação Muralha, deflagrada em São Paulo pela Polícia Federal (PF), que buscava desarticular uma grande estrutura formada para o comércio internacional de entorpecentes entre países da América do Sul e da Europa.
O tanzaniano já havia sido condenado em 2002 por tráfico internacional de entorpecentes. No curso das investigações, foi determinada a prisão preventiva do réu, requerida pelo MPF, para a qual foi necessária a extradição de Ayoub da Argentina, onde encontrava-se foragido. A prisão preventiva foi mantida na sentença, por entender-se que ele apresenta um perigo à sociedade.