Um 'mar' de camisas verdes e amarelas lota o ponto turístico da Barra (Foto: Margarida Neide | Ag. A TARDE)
Milhares de manifestantes, vestidos com camisas do Brasil, estão no Farol da Barra para participar de ato contra corrupção e pelo impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, neste domingo, 13. A estimativa da PM não é precisa; os dados variam entre 15 e 22 mil pessoas. Em meio à gritos de "Fora Lula", o grupo pede autonomia para a Polícia Federal e apoio à Operação Lava Jato.
A organizadora do grupo Militância Anti-PT, Natasha Rondewig, disse que a convocação para o protesto foi organizada através da rede social Whsatsapp: "Nossa organização é apartidária. Tudo o que fizemos de cartazes, banners e camisas foi por contribuição dos membros".
Um mini trio servirá de palanque para os apoiadores do movimento se manifestarem. Por volta das 11h, começou uma caminhada até o Morro do Cristo, onde haverá um "aplaudidaço" em apoio ao juiz Sérgio Moro, à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF).
Os deputados federais João Gualberto (PSDB) e Lúcio Vieira Lima (PMDB) estão presentes e dizem que o apoio popular é a chave para que o processo de impeachment seja encaminhado. "O grande problema do governo Dilma é a corrupção. Não há um projeto de governo para o povo, mas só para se perpetuar no poder, sem ética na política", disse Gualberto.
Os aposentados Ubiratan Rocha, 68, e Sebastião Moura, 69, foram ao protesto para defender a pena de morte para os corruptos. "É a única forma de resolver. Para eles, essa ainda é a pena mais leve", disse Ubiratan, que saiu de Ribeira do Pombal para participar da manifestação em Salvador. "Eu me habilito para ser o carrasco, e não cobro um centavo", completou ele, sendo interrompido pelo amigo: "eu também quero ser o carrasco", afirmou Sebastião.
Já o administrador Henrique Mendonça levou uma faixa em defesa do juiz Sérgio Moro. "É nossa vontade de ver a Justiça contra esse governo corrupto do PT. Defendemos que a Justiça faça seu trabalho, e que quem tiver que ser preso que seja. Não podemos mais aceitar essa roubalheira"
As manifestações acontecem após três episódios negativos para o PT e o governo nas últimas duas semanas. Primeiro, uma suposta delação premiada feita pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), não confirmada pelo mesmo, que envolve tanto o ex-presidente Lula quanto Dilma em atos para interferir nas investigações da Operação Lava Jato.
No último dia 4, o ex-presidente foi levado pela Polícia Federal (PF), em cumprimento de mandado de condução coercitiva. Por fim, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) pediu a prisão preventiva de Lula.
Respeito
Dilma disse que as manifestações contra seu governo devem ser tratadas "com todo respeito" durante visita ao município de Franco da Rocha (SP), no sábado, 12.
"Para mim é muito importante a democracia no nosso país. Então, eu faço um apelo pela paz e pela democracia. Nós vivemos um momento em que as pessoas podem se manifestar, podem externar o que pensam, e isso é algo que nós temos de preservar", defendeu.
A presidenta pediu, ainda, que as manifestações ocorram em paz, sem violência ou vandalismo. "Não acho que seja cabível, e acho que é um desserviço para o Brasil, qualquer ação que constitua provocação, violência e atos de vandalismo de qualquer espécie. Então, eu faço um apelo pela paz e pela democracia".
Trânsito
A partir das 10h, foram interditados o acesso de veículos à Av. Oceânica, entre o Centro Espanhol e o Largo do Farol da Barra. O acesso da Av. Centenário à Av. Oceânica, após o Shopping Barra, também estará fechado.
A opção de trajeto para quem segue no sentido Ondina - Barra é acessar a rua José Sátiro de Oliveira (Morro do Gato), seguindo, após o Edf. Victória Center, para a Av. Centenário, de onde poderão acessar a região do Jardim Brasil.
Cinco viaturas e 15 agentes da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) farão monitoramento da área.
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