ESPELHO MEU

A vaidade descontrolada está deixando o procurador federal Deltan Dallagnol completamente fora da razão. Nas considerações finais do documento em que pede a condenação de Lula, mesmo sem apresentar prova, no caso do triplex de Guarujá (SP), chega ao absurdo de, por sete vezes, fazer citações de textos produzidos por ele próprio. Não há registro de tamanho absurdo na literatura judiciária.

RAPIDEZ

A bancada governista jura que acertou tudo com a oposição, o que é ainda pior. O fato é que a reforma trabalhista está prevista para ser votada no plenário do Senado a partir do dia 28 próximo. Sem debate algum. Isso para aprovar uma lei que atinge, em cheio, a vida da maioria da população brasileira. Crueldade neoliberal.

NA CARA

A mídia conservadora, protagonista do golpe, já está antecipando o resultado. E o andamento do julgamento, que hoje entra no terceiro dia, aponta para a forte possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral absolver a chapa Dilma-Temer. Claro, para não criar nenhum contratempo à imposição da agenda neoliberal. Afinal, Temer vem fazendo muito bem o papel sujo que o grande capital lhe reservou.

NA MESMA

Saiu pela culatra mais um tiro do juiz Sérgio Moro para tentar incriminar Lula. Agora foi o empresário Emílio Odebrecht, que de forma categórica afirmou nunca ter tratado de valores nas reuniões que teve com o ex-presidente. Desarmou a força tarefa da Lava Jato.  Resumindo, o Ministério Público e Moro continuam sem provas.

MÍDIA PODRE

É incrível como a mídia podre manipula, descaradamente, a informação, um bem público que deveria ser tratado com responsabilidade, para tentar fazer a cabeça da população. Agora, espalha que o Ministério Público pediu a prisão de Lula. Não é nada disso. O MP, vergonhosamente partidarizado, mesmo sem apresentar nenhuma prova, pediu apenas a condenação do ex-presidente, o que não significa prendê-lo. Inclusive porque não tem autoridade para tanto. Vergonhoso.

PELA ESQUERDA

A julgar pelo discurso que fez no 6º Congresso Nacional do PT, caso vença realmente a eleição presidencial do próximo ano, Lula fará um governo bem diferente do que fez nos dois mandatos anteriores. Pelo menos no plano econômico. Promete renunciar de vez os fundamentos neoliberais macro econômicos que preservou de FHC. "O partido deve se reconectar à esquerda".