Foto Juliano Sarraf
Após um fim de semana marcado por estragos causados pelas fortes chuvas, a prefeitura de Camaçari realizou uma reunião de alinhamento e avaliação, na qual, segundo o release enviado à imprensa no início da noite desta segunda-feira (5), não foi decidido absolutamente nada. Sim, você leu certo.
Conduzido pelo prefeito Luiz Caetano, o encontro reuniu seis secretarias — Infraestrutura, Desenvolvimento Social e Cidadania, Serviços Públicos, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, Governo e Relações Institucionais — além da Defesa Civil. O objetivo, conforme o texto oficial, era "alinhar o atendimento à população e às ocorrências na sede e orla do município".
No entanto, apesar da gravidade da situação — mais de 120 ocorrências registradas entre sexta e domingo, incluindo alagamentos, deslizamentos e riscos de desabamento — o comunicado oficial não detalha nenhuma medida concreta de prevenção a novos danos nem ações emergenciais de suporte direto à população atingida.
Em que pese a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) ter divulgado um (único) vídeo mostrando entrega de suprimentos como cesta básica e colchão para famílias atingidas pelos alagamentos, nem mesmo essa ação foi confirmada, ampliada, tão pouco divulgada informação de como receber assistência… Nada.
A única fala atribuída ao prefeito foi: “Estamos muito preocupados, porque a previsão é de que tenha mais chuva, então nós fizemos aqui hoje toda uma avaliação, um levantamento dos pontos positivos e negativos. Nós queremos dizer à população que qualquer problema que tenha na sua rua, no seu bairro, na sua casa, ligue para a Defesa Civil que o plantão é de 24 horas”. Estar preocupado é o mínimo que se espera de um bom prefeito, nesse cenário.
No mesmo release, o coordenador da Defesa Civil, Almir Reis, se limitou a reforçar informações já fartamente divulgadas durante os últimos dias: “Temos previsão de chuva até sexta-feira. Na quinta ela aumenta um pouco e na sexta há 95% de chance de muita chuva, com previsão de 80 a 100 milímetros. (...) Até o último dia da previsão de chuva a gente vai trabalhar incansavelmente”.
Nenhuma das falas apresentou um plano concreto de ação. Não há menção, por exemplo, à criação de abrigos temporários, distribuição de mantimentos e itens de higiene, instalação de lonas em áreas de risco, remoção preventiva de famílias vulneráveis, envio de equipes de saúde aos locais mais afetados ou reforço em limpeza de bueiros, canais e vias alagadas. Nada.
Em vez disso, o governo municipal optou por registrar o encontro como mais uma etapa da “Operação Chuva”, sem anunciar nenhuma novidade no enfrentamento à crise. Enquanto isso, moradores seguem lidando com os prejuízos causados pela chuva e a expectativa de mais temporais nos próximos dias, esperando que pelo menos as ligações para o 199 sejam atendidas, coisa que (também) deixou a desejar.
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