Ex-ministério da Educação, Abraham Weintraub (Foto: Agência Brasil)
"Agora é evitar que me prendam, cadeião e me matem", diz ex-ministro
Demitido do Ministério da Educação, Abraham Weintraub afirmou nesta sexta-feira (19) que vai deixar o país o mais rápido possível. Ele foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para um cargo no Banco Mundial.
"Aviso à tigrada e aos gatos angorás (gov bem docinho). Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias). NÃO QUERO BRIGAR! Quero ficar quieto, me deixem em paz, porém, não me provoquem!", escreveu o ex-ministro em seu perfil do Twitter.
À CNN Brasil, ele afirmou que a "prioridade total é que eu saia do Brasil o quanto antes". "Agora é evitar que me prendam, cadeião e me matem", disse.
A exoneração de Weintraub ainda não foi publicada no Diário Oficial. O substituto ainda não foi indicado, mas segundo o ex-ministro o atual secretário-executivo da pasta, Antonio Paulo Vogel de Medeiros deve assumir o comando interinamente.
Weintraub também usou a rede social para rebater um comentário do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que o classificou ontem de pior ministro da Educação da história do país, mais preocupado em ofender que educar.
"Gov Dória [sic], docinho, que delícia!Pegue as compras dos hospitais de SP e compare com os preços dos hospitais universitários do MEC. Respirador, máscara, álcool gel, pode escolher. Caso tenha um item seu mais barato, uso sapato sem meia e calça apertada sem cueca, para não marcar", escreveu Weintraub.
Polêmica
A trajetória de Weintraub à frente da pasta acumulava desgastes por conta de declarações polêmicas. No último domingo (14), ao participar de uma manifestação em Brasília, ele voltou a atacar o STF (Supremo Tribunal Federal). Desde então, a troca no MEC (Ministério da Educação) já era dada como certa.
A situação do ministro já era complicada desde a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que Weintraub sugeriu colocar os "vagabundos" do STF na cadeia. A fala gerou críticas de ministros da Corte e de parlamentares.
Durante a reunião, o próprio Weintraub lembrava que era um ministro "ativista". Seus ataques nas redes resultaram em dezenas de processos na Justiça. Ao ficar fora do governo o ministro perde o foro privilegiado e esses processos serão remetidos às instâncias inferiores.
No final de maio (28), o agora ex-ministro criticou ainda a operação da PF (Polícia Federal) sobre o inquérito das fake news. Ele chamou o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão, que foram realizados em endereços ligados a apoiadores de Bolsonaro, de Noite dos Cristais brasileira, em referência ao trágico dia do regime nazista.
O economista Abraham Weintraub assumiu o Ministério da Educação em abril de 2019, após a saída de Ricardo Vélez Rodriguez. Antes, ele foi secretário-executivo da Casa Civil. O agora ex-ministro pertencia à chamada ala olavista, ou ideológica do governo, alinhada com os pensamentos do filósofo Olavo de Carvalho.
Weintraub é mestre em Administração na área de Finanças pela FGV (Faculdade Getulio Vargas), MBA e graduado em economia pela USP (Universidade de São Paulo).
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