Questionada sobre às críticas da secretária, a empresa Puro Verde diz que 'ela não citou a Puro Verde, mas o mundo todo que ouviu sabe que ela se referiu a nossos contratos, únicos para os fins que são, e desafiamos que seja apresentada qualquer irregularidade que desabone a conduta da empresa no serviço contratado, prestado e faturado'.
Na manhã desta quinta-feira (19), a secretária de Infraestrutura da Prefeitura Municipal de Camaçari, Joselene Cardim, em entrevista à Radio Sucesso, fez duras críticas a empresa detentora do contrato de poda de arvores emergenciais do município, a Puro Verde, ainda que sem citar o nome da empresa diretamente. De acordo com a secretária, a empresa possui dois contratos para fazer a mesma coisa. Um contrato para podas de árvores e outro contrato “para fazer a coleta dessas podas”. A secretária ainda questionou como sendo absurdo o valor de R$ 50 mil mensais para realização do serviço.
Questionada sobre acusações da secretária, a empresa Puro Verde diz que “ela não citou a Puro Verde, mas o mundo todo que ouviu sabe que ela se referiu a nossos contratos, únicos para os fins que são, e desafiamos que seja apresentada qualquer irregularidade que desabone a conduta da empresa no serviço contratado, prestado e faturado. Não à toa mantemos cópias fieis de todos os processos de faturamento que já fizemos até aqui. Sem contar que o que o povo não sabe, mas eles (o Governo), sabem muito bem, é que mantemos, conforme exige o contato, além dos equipamentos, uma equipe de 6 homens, cobrando, numa árvore grande, R$ 273, numa média, R$ 218, e numa pequena R$ 190, seja na sede seja na orla, seja no cento, seja em Barra de Pojuca, e nada mais é cobrado, sendo que, durante todos esses anos, nunca reajustamos tais valores, sem contar que em muitos casos leva-se um dia todo na poda duma única árvore”, disse.
De acordo com a Puro Verde os dois contratos são completamente distintos: “Um contrato é para podas emergenciais em todo o município, que não é pouca coisa. Contudo, mesmo sendo somente para podas emergenciais a empresa sempre foi acionada por todas as Secretarias, através da Defesa Civil, para realizar podas nos mais amplos lugares da sede e da orla da cidade, como nas áreas internas de escolas e postos de saúde, por exemplo, que se encontra há mais de 8 anos sem contrato”. Como resultado disso a empresa diz que existe um passivo a ser recebido, com O.S’s emitidas, acumulado nos últimos 4 anos, da ordem de mais de R$ 300 mil, que não pôde ser faturado porque o valor do contrato não suportava. Apesar disso, a empresa nunca se furtou a atender a essas solicitações: “Fazíamos a poda de todos os setores e faturávamos somente o que o contrato suportava, mas nunca negamos atendimento algum, afirma Monica Pereira, administradora da Puro Verde.
Sobre o suposto contrato para ‘apanha das podas’, a empresa diz “que na verdade trata-se dum contrato de aluguel de três caminhões operacionais para os mais variados serviços, prestados às mais variadas secretarias”. A Puro Verde também diz que estes caminhões não tiveram contrato firmado para tais serviços, ainda que inúmeras vezes tenha feito também apanhas de podas aleatórias feitas pela população, como já denunciou aqui mesmo no CFF.
Sobre isso, Monica Pereira diz que “esses três caminhões trabalham e muito, de acordo com a necessidade de cada órgão do governo, seja consertando outdoor’s, (Comunicação); seja eliminando casas de abelhas e marimbondos (Defesa Civil); seja transportando barracos durante combate à invasões (SEDUR); seja no transporte de equipamentos de controle do transito (STT); seja no conserto de marquises com risco de desabamento (SEGOV), seja no transporte de móveis dum para outro setor, entre outros. Os mantendo sempre à disposição de todas as Secretarias 24h por dia, 07 dias por semana, 30 dias por mês. E o que a secretária deve saber, só não falou por que não quis, pois tem nas mãos esses documentos, é que a diária de cada um desses caminhões, custa à prefeitura a ninharia de R$ 366, enquanto o segundo concorrente da licitação no nascedouro do contrato apresentou o valor de R$ 830, mais do dobro, e o segundo colocado na segunda disputa, apresentou o valor de R$ 1.060, quatro vezes mais, pela diária. Isto ela omitiu”, acusa.
E a empresa continua: “Importante salientar também, que o contrato é apenas para aluguel dos caminhões sem a previsão de motoristas. Contudo, devido à falta desses profissionais na prefeitura à época, os motoristas foram cedidos por nós, pela própria Puro Verde, que pagou por todos esses anos, esses salários e encargos trabalhistas, o que a Defesa Civil não pode negar, e nunca repassou nenhum centavo para a Prefeitura”, esclarece, indignada, Monica Pereira.
A Puro Verde, que desafia a prefeitura a ir a seu escritório ver, já que, como garante, não a oficiou hora nenhuma, nem para informar da suspensão dos contratos, nem para fazer quaisquer questionamentos, mesmo sabendo da necessidade de manutenção dum quadro mínimo de trabalhadores, logo do pagamento de tais salários, além dos documentos que tem, assim como os “milhões de fotos dos registros do antes e do depois das podas” que fez desde o início do contrato, das recebidas e das não faturadas, arremata dizendo que: “O que nos chama a atenção é o porquê de a secretária, que foi muito infeliz na sua atitude, no lugar de convocar as empresas, prestadoras dos serviços que hoje estão sob sua gestão, para os devidos esclarecimentos sobre quaisquer dúvidas, ir à imprensa fazer denúncias que não procedem como foram essas contra a Puro Verde, ainda que não a tenha citado mas que todo o governo e toda a cidade sabe de qual empresa se trata”, questiona Pereira.
Procurado, o ex-coordenador da Defesa Civil, Maurício Bonfim, confirmando o que diz a Puro Verde, disse que, “eu fui gestor desses contratos e nunca tive nenhum problema com os mesmos. Pelo contrário, sempre que a acionamos mesmo que não fosse da alçada dos contratos, nunca deixamos de ser socorridos, fosse dia ou fosse noite. E nunca atestei nenhuma irregularidade, pois nunca houve. Eles podem procurar. Na verdade é a prefeitura que deve à empresa, e não a empresa à prefeitura. E me coloco à disposição da secretária caso ela queira saber sobre seja o que for”, garantiu.
Também procurada pelo CFF, a secretária, se defendendo sobre o pretexto de que não citou a Puro Verde, mesmo que tenha consciência de a quem se referia durante a entrevista, conforme diz a Puro Verde, se recusou a falar a respeito e, deseducadamente, bateu o telefone.
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Sobre isso, Monica Pereira diz que 'esses três caminhões sempre trabalharam e muito, de acordo com a necessidade de cada órgão do governo, seja consertando outdoor's, (Comunicação); seja eliminando casas de abelhas e marimbondos (Defesa Civil); seja transportando barracos durante combate à invasões (SEDUR); seja no transporte de equipamentos de controle do transito (STT), seja no conserto de marquises com risco de desabamento (SEGOV), entre outros' (Foto: Cedida)
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