"Eu fiquei do lado do cara que atirou nele. Eu vi a hora que meu namorado tomou três tiros na cabeça". A declaração é da atendente de lanchonete Paula Muniz, 23 anos, namorada do açougueiro Igor Douglas Santos da Silva, 19, morto na madrugada desta terça-feira (18), depois de ter sua casa invadida por cinco homens encapuzados, na Via Coletora B, no Bairro de Boca da Mata.
De acordo com a jovem, era por volta das 3h, quando os cinco homens quebraram o cadeado e invadiram a casa do casal que já estavam juntos há cerca de um ano. "A gente estava dormindo quando eles entraram procurando por armas e drogas. Estavam todos com o rostos cobertos e gritavam muito. Eles reviraram tudo mais não encontraram nada", conta.
Ainda de acordo com ela, os homens colocaram o açougueiro no sofá enquanto parte do bando vistoriava a casa. A jovem foi levada até a cozinha onde foi obrigada a permanecer com os olhos fechados. Depois das buscas, os bandidos pediram para que a vítima se levantasse e fosse até a parede da sala. "Foi nessa hora que um dos bandidos disparou três vezes contra ele. Eu fiquei do lado do cara que atirou. Foi horrível", conta.
Os familiares da vítima acreditam que o assassinato tem relação com o duplo homicídio de um casal morto na frente do neto de apenas quatro anos, já que, segundo eles, Igor frequentava, há cerca de três meses, a casa da família que foi morta. O duplo homicídio aconteceu na última segunda-feira (10), em um conjunto habitacional, localizado no final de linha do bairro. O casal foi morto por quatro homens encapuzados.
"Ele era usuário de drogas e ia sempre na casa desse casal apenas para conversar, comer e utilizar o sinal da internet. Eu acredito que a morte do meu namorado tem ligação com a morte dos dois", disse a atendente.
No entanto, o pai do açougueiro acredita que o casal era envolvido com o tráfico de drogas e estaria aliciando o filho. "Diziam que ela era dona de uma empresa de segurança mas na verdade não era. Nós sabíamos que ele era usuário e dávamos conselhos para ele sair dessa vida. Infelizmente esse é o caminho de quem não escuta os pais", lamenta o caminhoneiro Fernando da Silva, 60 anos.
Segundo o pai, há cerca de seis meses o açougueiro saiu da casa dele, no bairro do Alto de Coutos, para morar na companhia da namorado na Boca da Mata. "Ele queria construir a vida dele, por isso resolveu sair. Eu já cheguei a visitá-los pra dar conselho e saber se ele estava precisando de alguma coisa", conta.
De acordo com Polícia Civil, a autoria e a motivação do crime ainda estão sendo investigadas pela 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central). As testemunhas estão sendo aguardadas para prestarem depoimento no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta quarta-feira (19).
Casal
A dona de uma empresa de segurança Verônica da Conceição Jardim, 41 anos, e o companheiro dela, Michael Silva Lima, 27, foram mortos a tiros no hall do prédio onde moravam por quatro homens encapuzados que arrombaram a porta do imóvel. O crime aconteceu na última segunda-feira (10), no prédio de número 77, em um conjunto habitacional, localizado no final de linha da Boca de Mata.
No dia do crime, Verônica, conhecida como Vanda, e Michel estavam dentro de casa, no andar térreo, juntamente com o neto e os filhos dela – um rapaz de 14, uma menina de 13, e uma jovem de 20 com problemas mentais. O crime foi testemunhado pelo neto de Verônica de apenas 4 anos. Ao contrário do que disse a família do açougueiro não há informações sobre as circunstâncias da morte do casal nem se eles possuíam envolvimento com o tráfico de drogas.
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