Dar uma volta no Rio Vermelho e saborear um acarajé ou adoçar a boca com um bolo de rolo durante passeio no Marco Zero? Admirar os versos sofisticados de Caetano Veloso e a batida suingada de Gilberto Gil ou dançar ao som peculiar de Alceu Valença e Geraldo Azevedo?
São perguntas que podem gerar dúvidas nas pessoas – embora não em quem escreve esta matéria. Mas o que não se discute de maneira alguma é a supremacia baiana quando o assunto é a rivalidade com o vizinho Pernambuco no futebol.
Nesta quarta-feira, 17, essa superioridade será posta à prova em um dos duelos mais interessantes da temporada. Pelo primeiro jogo da grande final da Copa do Nordeste, Sport e Bahia se enfrentam em Recife, na Ilha do Retiro. No próximo dia 24, outra quarta-feira, o encontro será na Fonte Nova.
Caso termine como campeão, o Tricolor dará à Bahia o sétimo troféu da Copa do Nordeste. Chegaria ao seu terceiro, enquanto o rival Vitória soma quatro. Pernambuco tem quatro no total, três do Sport e um do Santa Cruz.
Passando o pente fino em torneios menos votados (o de 1994, vencido pelo Sport, foi todo disputado em Alagoas e organizado pela federação local; o de 2003 não contou com os times pernambucanos e o Bahia, e acabou com título do Vitória; em 2010, mais uma vez o Leão baiano venceu numa competição em que as equipes usaram formações reservas), a Bahia passa a ter quatro conquistas contra três de Pernambuco. Ou seja, um fracasso do Esquadrão geraria um empate neste duelo à parte nos regionais mais ‘valorizados’ da história.
Com o espectro do confronto fechado para os times em questão, a supremacia do representante baiano chama ainda mais atenção. Em 43 duelos oficiais, o Tricolor obteve 21 triunfos contra oito do Sport, e houve 14 empates. Quando se trata de mata-mata, então, as boas lembranças para a torcida do Esquadrão são insuperáveis.
Já ocorreram oito confrontos eliminatórios (veja detalhes abaixo), com seis festas tricolores. Duas deles foram nas maiores campanhas históricas do clube, nos Brasileiros de 1959 e 1988. Antes de faturar o título, o Bahia derrubou o Leão da Ilha nas quartas de final em ambas as ocasiões. Para completar, ainda derrotou o adversário na final do Nordestão de 2001, nas semifinais da competição em 1997 e 2015, e nas quartas da Taça Brasil de 1963. As derrotas aconteceram em duelos ‘menores’: Na primeira fase da Sul-Americana de 2015 e na semifinal do ‘mini Nordestão alagoano’ em 1994.
Técnico tricolor, Guto Ferreira prefere se ater às questões atuais para o jogo desta noite. Má fase do Sport? “Isso é relativo. Todo momento de dificuldade gera motivação, e aí eles podem encontrar o timing deles”. Fator Diego Souza? “É um jogador diferente, de Seleção, que traz confiança para a equipe. Mas, quando você se preocupa demais com um, esquece de alguém. Temos que nos preocupar com todo mundo”.
Sobre a diferença nas atuações do Bahia dentro e fora de casa, fala grosso: “Não vamos ficar remoendo o passado, aquela água não move mais moinho. O time já amadureceu em cima dessa situação.
Mata-matas entre Bahia e Sport
2015 Sul-Americana
(1ª fase) Bahia 1x0 Sport
Sport 4x1 Bahia
2015 Nordestão
(Semi) Sport 0x0 Bahia
Bahia 3x2 Sport
2001 Nordestão
(Final) Bahia 3x1 Sport
1997 Nordestão
(Semi) Bahia 0x0 Sport
Sport 1x1 Bahia
1994 Nordestão
(Semi) Sport 1x1 Bahia
• Sport classificado nos pênaltis
1988 Brasileirão
(Quartas) Sport 1x1 Bahia
Bahia 0x0 Sport
• Bahia classificado pela melhor campanha
1963 Taça Brasil
(Quartas) Sport 2x2 Bahia
Bahia 1x0 Sport
1959 Taça Brasil
(Quartas) Bahia 3x2 Sport
Sport 6x0 Bahia
Sport 0x2 Bahia
Sport x Bahia - Jogo de ida da Final da Copa do Nordeste
Local: Estádio Ilha do Retiro, em Recife (PE)
Quando: Quarta-feira, 17, às 21h45
Árbitro: Antônio Dib Moraes de Sousa (PI)
Assistentes: Flávio Gomes Barroca (RN) e Pedro Jorge Santos de Araújo (AL)
Sport - Magrão; Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Durval e Raul Prata; Ronaldo, Fabrício, Rodrigo (Everton Felipe); Diego Souza, Rogério e André. Técnico: Ney Franco.
Bahia - Jean, Eduardo, Tiago, Lucas Fonseca e Matheus Reis; Renê Júnior, Juninho e Diego Rosa; Zé Rafael, Allione e Edigar Junio. Técnico: Guto Ferreira.
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