Olhos marejados. Palavras difíceis de serem pronunciadas. O lateral-esquerdo Euller, do Vitória, se emocionou ao falar do ex-companheiro Arthur Maia e do ex-técnico Caio Júnior. Os dois foram vítimas da maior tragédia aérea da história do futebol mundial, ocorrida na madrugada da última terça-feira (29), quando o avião LaMia CP2933 caiu na Colômbia transportando a delegação da Chapecoense. Outras 69 pessoas morreram.
“É difícil até de falar. Não temos palavra para descrever tamanha tragédia. Infelizmente, a gente do meio acaba sofrendo mais, porque são colegas de trabalho, pessoas que jogaram com a gente. É muito triste. O mínimo que a gente pode fazer é uma oração, pedir a Deus que dê força principalmente para esposas e familiares. Não só jogadores, mas da imprensa, que estavam envolvidos no voo. É difícil até de falar”, afirmou Euller, emocionado.
O lateral-esquerdo atuou com o meia Arthur Maia na Toca do Leão. “Joguei com Arthur muito tempo. Desde 2013, tive oportunidade de jogar várias vezes com ele. Era um menino muito bom. É doloroso, porque a gente tinha um pouco mais de afinidade, intimidade um com o outro, mas a gente sente por cada atleta que faleceu”, lamentou o atleta rubro-negro.
Revelado na base do Vitória, Euller se profissionalizou quando o técnico Caio Júnior estava comandando o rubro-negro, em 2013. “Foi o professor que me deu oportunidade pela primeira vez, acabou me colocando para jogar. Eu disse no jogo contra a Chapecoense, agradeci. Quando ele saiu daqui, não consegui agradecer pessoalmente como eu queria. Cheguei lá no jogo, a primeira pessoa que eu procurei foi ele, agradeci por ter me dado oportunidade e falei que esperava ainda trabalhar com ele, jogar novamente com ele, um grande treinador. Infelizmente, não pude cumprir isso”, afirmou o jogador.