Ação da força-tarefa, no mês passado, que derrubou 40 construções (Foto: Prefeitura de Camaçari/Divulgação)
Depois de várias denúncias, ameaças e jogo de empurra-empurra entre os poderes municipais, estaduais e Ministério Público, uma ação concreta foi realizada para barrar a invasão e grilagem de terra em Arembepe. No entanto, na ação, da manhã de terça-feira (06), teve a participação do MP, da Prefeitura Municipal, Polícia Civil, Militar e Corregedoria da Polícia Militar.
A Operação, batizada de Caratingui (nome da antiga fazenda onde estão as terras) contou com 30 pessoas (policiais e agentes da prefeitura) e 10 viaturas. O resultado da ação foi a condução de 30 à delegacia, prisão de outras pessoas e 40 imóveis irregulares demolidos. Enquanto a prefeitura cuidou da demolição das casas, a Corregedoria da PM iniciou investigação sobre as denúncias de envolvimento de policiais nas invasões.
A invasão, em uma Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Capivara, está no limite entre Arembepe e Barra do Jacuípe. Uma área de 5 milhões de m² (equivalente a 500 campos de futebol), foi invadida por pelo menos 2 mil pessoas, dentre elas, policiais militares que estariam promovendo inclusive a venda de lotes – segundo denúncias encaminhadas à Corregedoria.
Os detidos foram encaminhados para a 26ª Delegacia (Abrantes) e ouvidos pela delegada titular Maria Danielle Monteiro. Quatro pessoas apontadas como lideranças foram presos e vão responder por crime ambiental, loteamento clandestino e organização criminosa. “Entre eles, indicado como um dos líderes principais, Osvaldo Reis dos Santos, o Careca”, revela a delegada.
Dentre as variadas versões sobre a invasão, depoimentos confirmam que a ação criminosa tinha a participação de empresários, autoridades e até políticos. Nos depoimentos dos presos, eles informaram que a ação é organizada. “Eles citam os orquestradores. Mas não podemos falar para não atrapalhar as investigações”, explica Maria Danielle.
Reintegração de posse
As terras, que ficam na APA do Rio Capivara, são de quatro grupos diferentes, três deles de empresários: o grupo Fernandez Plaza, o grupo português Liz Construções e o EMES, de uma família de investidores de Sergipe. Cada um detém cerca de 1 milhão de m² das terras. O restante é de uma família nativa de Arembepe, que herdou as terras do bisavô.
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Dentro de Arembepe, próximo à Aldeia Hippie, está uma dessas invasões, porém, num estágio mais avançado (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)
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