Sergio Moro, Guilherme Boulos, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad (Foto: Montagem | Redação CFF)
Se você é usuário do Twitter, certamente ouviu falar de "Gabi da AE4". A jovem caloura da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) se tornou um dos assuntos mais comentados na rede social, desde a quinta-feira (25). O motivo: um erro de interpretação de texto. Ou pelo menos foi assim que tudo começou.
O que era apenas uma gincana de calouros de uma das mais respeitadas faculdades do país, a FGV, virou palco para memes e debates sobre política e privilégios sociais. O melhor é que a cena inusitada acabou gerando um pouco de alegria, risos e descontração, em um momento em que o país está tomado por notícias tristes.
Entenda
De acordo com a explicação da veterana e membro do Conselho FGV, Mariana Parik, para dar boas vindas aos calouros e promover a integração entre alunos, a faculdade promove uma gincana. Uma das provas, chamada "Prova da Celebridade", requer que os estudantes consigam vídeos de pessoas de destaque dentro do corpo docente e discente da faculdade. A equipe que tiver mais vídeo, ganha. E foi exatamente aqui que a história de Gabi da AE4 começou.
Apesar de serem universitários, os estudantes erraram na interpretação de texto e entenderam que deveriam conseguir vídeos de celebridades reais. Acontece que "Gabi" ganhou destaque após conseguir vídeos de um grupo bastante inusitado: Sergio Moro, Xuxa, Felipe Titto, Gabi Martins, Felipe Roque, Flavia Alessandra, Otaviano Costa, Marcos Mion, Kaysar, Thiago Martins, Marcelo Adnet, Marcelo Freixo, Tabata Amaral, Arthur Lira, entre outros.
O fato de a jovem ter uma lista de contatos que inclui direitistas e esquerdistas e conseguir fazer pessoas com ideologias tão opostas se unirem em torno de uma tema, gerou vários memes, na maioria deles pedindo ajuda de Gabi para fazer o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, colocar o impeachment de Jair Bolsonaro em votação. Outros ainda garantiam que a jovem seria capaz de viabilizar a formação de uma frente ampla de esquerda para a disputa eleitoral de 2022
Mas afinal, quem é Gabi?
Existe um motivo para uma jovem universitária ter conseguido mobilizar tantas personalidades: a família e, é claro, o dinheiro. Gabriela Ferraz Ricci é filha da Daniela Ferraz Ricci, uma empresária do setor imobiliário, e de Dirley Ricchi, sócio da Unidas, empresa especializada em aluguel de carros com atuação nacional. Um dos garotos propagandas da empresa é Kaysar, que também apoiou Gabi da AE4.
Falando em privilégios
A informação sobre a família da jovem passou a ser foco dos acontecimentos a partir de uma questão: como uma caloura universitária de Maringá teria conseguido mobilizar tantos famosos, entre políticos e Globais - em tão pouco tempo? A resposta está no dinheiro e na influência econômica da família. Além de gerar muitos risos, a história colocou em pauta novamente o debate sobre as diferenças entre as janelas de oportunidades para jovens ricos e pobres no Brasil.
AE4 ou AI-5?
Voltando a falar de humor - ou nem tanto - um dos vídeos mais comentados foi o do humorista Marcelo Adnet: ele faz um atuação do presidente Jair Bolsonaro dizendo que não apoiaria a turma AE4 porque preferia "AE5" e sugerindo a mudança no nome da universidade para "GB de Jair Bolsonaro", já que Getúlio Vargas teria sido comunista.
Outro vídeo que chamou atenção foi o do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, orientando os estudantes a sempre fazerem "a coisa certa". Não ficou claro se era ironia ou peso na consciência.
A história sobre a gincana da FGV cresceu tanto que foi criado um perfil no Instagram para reunir os vídeos enviados pelas celebridades. Clique aqui para conferir.
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