Do mesmo partido do ex-presidente Lula, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), criticou nesta segunda-feira, 8, o que chamou de “excesso de politização e partidarização” da Justiça no tratamento dado ao ex-presidente no processo de investigação da Lava Jato conduzido pelo juiz Sérgio Moro.
Sem citar o nome do magistrado, a quem comparou a um pop star, o governador condenou a iniciativa de Moro de gravar um vídeo pedindo a apoiadores da operação para não irem a Curitiba na quarta, 10, para evitar confrontos com simpatizantes de Lula durante o seu depoimento.
“Prefiro sempre um Judiciário que seja eficiente, que absolva ou puna conforme a lei e que evite as câmaras e o estrelismo”, condenou Rui. “Toda vez que um juiz virar líder de partido político ou virar pop star, coitado de quem está na mão deles pra ser julgado”.
O governador disse ser favorável ao rigor nas apurações, mas defendeu que um juiz, ao julgar, “não se deixe influenciar nem a favor nem contra às ondas da grande mídia”.
Ampla defesa
O deputado federal Lúcio Vieira Lima diz confiar na isenção da Justiça. Ele entende que o ex-presidente faz parte de um processo judicial e que o processo legal diz que tem de se ouvir as testemunhas e as partes. “Lula é um réu como outro qualquer”, afirmou.
O deputado federal Jutahy Magalhães Jr. (PSDB) também não vê “embate político” na questão. “A decisão jurídica é que vai prevalecer”, diz ele, lembrando que à Justiça cabe tratar a questão de forma técnica, seguindo a legislação e dando direito à ampla defesa.
Já o deputado federal e vice-presidente nacional do DEM, José Carlos Aleluia, argumenta que politizar é tentar intervir no papel do Judiciário. “O ex-presidente terá direito de se defender na Justiça. Não se trata de ato político”, afirma Aleluia.
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